As surpresas do divórcio romance Capítulo 46

Trêmulo, Tyler desligou com pressa o telefone e colocou a bolsa no ombro antes de correr em direção à porta. Ele não esperou que Sonia pedisse.

No entanto, antes de sair, ele se virou e falou: “Você aceitou meus presentes, então você tem de ir à escola me ajudar no sábado! Se você falar alguma coisa ao Toby sobre isso, direi a ele que mal saiu o divórcio e você já está dormindo com outro homem!”

Sonia ficou atônita.

Tyler correu para o portão sul o mais rápido que pôde... o que levou exatamente dois minutos.

Ao chegar ao lado da estrada, ele conseguiu ver Toby sentado casualmente no banco do motorista de seu carro esportivo; a fumaça do cigarro espiralando ao redor dos dedos.

Tyler sentou-se ofegante no banco do passageiro e afivelou o cinto de segurança. Ele não ousou abrir a boca e manteve a cabeça baixa diante do olhar frio e aspecto soturno de Toby.

Enquanto o carro movia-se pela estrada, Toby finalmente abriu a boca. “Eu não te disse para não ir atrás da Sonia? As coisas que eu falo não valem nada para você?”

“Eu estava sem grana...”

“Há vários hotéis sob o Grupo Fuller. Você realmente acha que ninguém saberia que você é um herdeiro da família Fuller?”, questionou Toby.

“Eu venho sentindo meu estômago esquisito ultimamente, então vim pedir ajuda a ela. Você não sabe como é boa a comida da sua esposa?”, disse Tyler, recusando-se a ceder às perguntas de Toby. Contudo, quando as palavras saíram de sua boca, notou que havia cometido uma gafe e rapidamente remendou. “Q-Quero dizer sua 'ex-esposa'. Toby, eu sei que vocês dois estão divorciados, mas eu não posso ir à casa dela para uma simples refeição? Além disso, foi ela quem me convidou para comer. Eu não forcei ela a fazer nada.”

Toby soltou um riso sarcástico, não acreditando em uma palavra sequer que ouviu. Então Tyler escolheu com cuidado suas próximas palavras: “Toby, eu acho Sonia uma pessoa bacana.”

Ele exaltou Sonia na frente dele na esperança de que ela fosse à escola para ajudá-lo, entretanto, em seu coração, ele realmente acreditava no que dizia. As vezes precisamos ver com nossos próprios olhos se uma pessoa é boa ou não, invés de ouvir cegamente aos outros.

Notando o silêncio de Toby, Tyler reuniu coragem para continuar falando: “Ouvi dizer que a empresa dela não está indo muito bem ultimamente. Não tem como você dar uma ajuda? Talvez você possa ensinar como gerir um negócio nas horas vagas. Afinal, ela não pediu nada de você, nenhuma pensão, quando ela se divorciou, por isso a vida dela não está indo muito bem.” Talvez seja melhor não contar a ele que Sonia já está namorando alguém.

No entanto, Toby interrompeu-o: “Seu rosto ainda está doendo?”

Tyler roçou a parte interna da bochecha com a língua e respondeu: “Estava, mas ela me deu um remédio e passou.”

“Quando chegarmos em casa, quero que você peça desculpas para mamãe. Além disso, você vai parar de jogar basquete e se concentrar em seus estudos”, disse Toby enquanto colocava a mão no batente da janela do carro. “Quando eu tinha dezesseis anos, meu pai já estava me designando para lidar com um bocado de negócios. Ele até me pediu para entrar na equipe de gestão da empresa.”

Os olhos de Tyler escureceram. Ele queria dizer algo, porém Toby não lhe deu chance e perguntou: “Você prefere estudar no exterior a partir de amanhã?”

Tyler não tinha coragem de ir contra seu irmão, então abaixou a cabeça e permaneceu em silêncio.

… …

Sonia não pensou muito em Tyler, pois estava ocupada com reuniões e papelada.

Ela pediu para sua equipe que marcasse uma reunião para discutir a aquisição da Continental com Charles quando ele estivesse na Paradigm. Depois de analisar os meios e métodos da aquisição, eles finalmente chegaram a um acordo.

Se conseguissem consolidar a empresa, a Continental seria um ativo competitivo ao lado da Paradigm. Sem mencionar que Sonia possuía capital para fazer aquela aquisição.

Contudo, havia muitas pessoas de olho na Continental, fato que levou o proprietário a viajar para o exterior em dezembro e não voltar mais. Ele nunca atendia ao telefone, o que tornava difícil o contato.

Sonia tentou contato com ele nos últimos dias por meio de suas conexões, porém sem sucesso.

Ela se sentia frustrada com aquela situação naquela manhã. Seu telefone tocava constantemente. Era Tyler perguntando quando ela iria até a escola dele.

Sonia bloqueou o número dele.

No fim, Tyler deu um jeito de alcançá-la usando o telefone fixo da escola para ligar. Dessa vez ele não possuía o costumeiro tom arrogante. Pelo contrário, havia uma sugestão de súplica em sua voz. “Eu falei tão bem de você para Toby aquela noite. Você não pode me ajudar apenas dessa vez? Estou implorando. Se você não vier, minha vida acabou.”

Sonia não sabia se ficava com raiva ou ria ao ouvir aquilo. Esse garoto mimado de dezesseis anos tem toda a vida pela frente, mas agora desistiu só porque não pode mais jogar basquete?

Ela desligou o telefone e ignorou Tyler. No entanto, após terminar seus afazeres, sentiu-se arrependida ao recordar do tom suplicante dele. Após todo esse tempo, esta é a primeira vez que ela o vê implorando a alguém que não seja seu irmão.

“Presidente Reed, você está ocupada?”, perguntou Rebecca, batendo à porta aberta antes de entrar. “Minha avó não tem se sentido bem ultimamente, posso tirar uma licença de três dias para visitá-la?”

Ao ouvir Rebecca mencionar a avó dela, Sonia voltou os pensamentos para Rose, com quem ela não teve contato desde o divórcio. Como será que está a saúde ela?

“Tudo bem. Se sua avó estiver muito mal, também posso deixar você sair mais cedo hoje”, respondeu Sonia. “Você pode ficar em casa por mais alguns dias se precisar. Pode me entregar a solicitação depois.”

Os olhos de Rebecca imediatamente se iluminaram. “Nossa, você é muito gentil, Sonia. Não só é linda, como também tem um coração incrível!”

No entanto, ela não parecia ter pressa para sair depois de receber o aval da chefe. Em vez disso, ela perguntou: “Presidente Reed, eu tenho um amigo com dificuldades que trabalha em três empregos. Eu gostaria muito de ajudá-lo, mas tenho medo de ferir o orgulho dele. Você pode me ajudar?”

“Quantos anos ele tem? Quais são suas habilidades?”, perguntou Sonia. “Se ele não tiver muita qualificação, ele também pode ser um segurança aqui na Paradigm. Eu lhe darei um salário maior.”

Como Rebecca e Charles eram ex-colegas de universidade, ela estava disposta a deixar Rebecca ajudar seu amigo.

“Eu já preparei tudo. Só preciso da sua aprovação.” Rebecca sorriu. “Posso falar para ele ser seu motorista. Você pode chamá-lo sempre que precisar ir a algum lugar e eu ajudarei a pagar o salário dele.”

Era verdade que Sonia precisava de um motorista para transportá-la de vez em quando. “Não há necessidade, posso pagar o salário dele. Afinal, seu salário não é tão alto aqui.”

“Não tem problema para mim. Eu tenho uma casa na cidade que pode ser vendida a um bom preço. O valor da venda seria suficiente para pagar um ano de salário para ele.” Rebecca acenou com as mãos, mostrando que estava realmente disposta a fazer aquilo.

Sonia ficou surpresa por um momento e perguntou: “Essa não é sua única casa?”

“Eu tenho algumas casas e também algumas casas de veraneio”, disse Rebecca. “Minha mãe comprou todas e eu perdi a conta de quantas ela adquiriu. Você está procurando algum imóvel no momento? Posso vender para você uma casa de veraneio abaixo do valor de mercado.”

Sonia ficou atônica e esfregou os cabelos.

Ela estava preocupada que o salário de Rebecca não fosse suficiente, mas descobriu que aquele trabalho para ela era só uma forma de conseguir experiência na área. No final, era Sonia a verdadeira pobre naquela relação.

Sonia planejava visitar a escola de Tyler mais tarde, portanto entregou as chaves do carro a Rebecca. Em seguida, Sonia pediu que o tal amigo a conduzisse até lá.

Quinze minutos depois, Rebecca ligou. “Presidente Reed, ele está esperando por você lá embaixo. Por favor, tenha cuidado ao falar com ele, não quero que ele saiba que eu planejei isso.”

“Certo, eu entendo.”

Depois de arrumar suas coisas, Sonia deixou a empresa, foi direto para o carro e abriu a porta do veículo.

“Você é o amigo de Rebecca?”, perguntou Sonia. Virou a cabeça e se preparou para informar o destino ao motorista. Ele também se virou ao mesmo tempo para olhá-la. Seus olhos brilhavam e era estreitos.

Enquanto se encaravam, Zane levantou a mão e acenou para ela. “Olá, Presidente Reed.”

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