Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 102

Porém, deixar-se carregar com dívidas de milhões era inadmissível.

Não eram meros centavos, eram milhões. Ela teria que economizar por mais de uma década para juntar tal montante. Por isso, mesmo sabendo que confrontar alguém na frente de todos poderia ser embaraçoso, ela não tinha escolha.

Se esperasse até ela sair para tentar encontrá-la, aí sim estaria tudo perdido.

O olhar do assistente caiu sobre a bolsa de mão de Otilia, com um significado implícito claro.

Diante dos olhares surpresos e avaliadores dos presentes, Otilia manteve sua expressão inalterada, com um olhar sereno: "Você tem a certeza de que a caixa de madeira não continha a máscara? Está certo de que, durante todo o processo, você não se ausentou, ou que mais ninguém tocou nela?"

Uma série de perguntas atordoou o assistente.

O assistente, sem hesitar, acenou com a cabeça: "Estou certo. Desde que você me entregou a caixa, não houve um terceiro que a tocasse. Quando fiz a última verificação, vi que não havia a máscara prateada dentro dela."

Isso confirmava, a máscara tinha sido furtada por Otilia.

As pessoas ao redor, ouvindo a conversa, começaram a murmurar entre si.

"Essa máscara vale milhões, e dizem que os diamantes vieram da África do Sul. Uma jovem como ela, ao ver algo tão valioso, é natural que fique tentada."

"Essa jovem parece tão decente, quem diria que não é honesta," comentou alguém com desdém.

"Conhece-se o rosto, mas não o coração. E pensar que Natan foi tão bom para ela."

"Não é à toa que ela dispensou o cachê, deve ter levado a máscara de raposa que valia milhões. Naturalmente, ela não daria importância a uma taxa de presença tão insignificante," disse alguém com sarcasmo.

"Antes de esclarecermos os fatos, melhor não tirarmos conclusões precipitadas. Não me parece alguém que faria isso."

...

Otilia suspirou, um tanto resignada, com o celular vibrando incessantemente no bolso – sem dúvida, era Paulina pressionando.

"Para provar minha inocência, por favor, verifique. Minha amiga ainda está à minha espera lá fora." Ela estendeu a bolsa para Natan.

Natan empurrou a bolsa de volta: "Não é necessário verificar, não foi você."

"Por quê?" perguntou Otilia.

"A bolsa que você carrega é uma Aiden, feita inteiramente à mão, valendo duzentos mil. O relógio no seu pulso é uma edição comemorativa da Patek Philippe, avaliado em quinhentos e oitenta mil. O colar no seu pescoço vale cerca de cem mil, e as roupas que você veste são feitas sob medida. O valor total dos seus acessórios ultrapassa o da máscara. Portanto, você não é uma ladra."

Aiden é quem?

A maioria ali não reconhecia esse nome, apenas uma minoria sabia. Mas, vindo de Natan, era evidente que não se tratava de um mestre acessível àquele círculo social.