Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 247

Dentro do Rolls-Royce Phantom, Otilia sentava-se comportadamente de lado. Zuriel olhava para o curativo adicional no belo perfil de seu rosto, com um olhar profundo.

"Dói?"

Sua voz profunda e rica ecoou suavemente nos ouvidos de Otilia. Uma palavra leve transmitia preocupação e cuidado.

Otilia ficou surpresa por um momento, e falou com uma expressão serena, "Não dói."

Ela já estava acostumada com dores maiores.

Afinal, dor também se torna um hábito.

Ao ver como ela calmamente disse aquelas palavras, Zuriel pensou sobre suas sobrinhas e sobrinhas-netas na família, todas mimadas desde pequenas. Um pequeno arranhão e elas faziam um grande alarde, querendo ser o centro das atenções.

Não era uma questão de não sentir dor. Não tinha ninguém para se compadecer, por isso, não doía.

"Você poderia sentir dor."

O coração de Otilia tremia levemente, uma surpresa brilhava em seus olhos. As grossas muralhas ao redor de seu coração pareciam se afrouxar um pouco.

Posso sentir dor?!

Ela não tinha certeza.

Os dias solitários em que se escondeu em cantos e lambeu suas próprias feridas, a deixaram insensível.

Ela queria?

Sim.

Mas ela não ousava esperar mais.

As lições de uma vida passada já eram suficientes.

Ela não queria passar por isso novamente.

"Eu realmente não sinto dor." Otilia sorriu.

Zuriel olhou para a garota à sua frente. A tenacidade e solidão profundamente enraizaram nela. Apesar de bem disfarçadas, não podiam escapar de seus olhos.

"Bem." Zuriel respondeu baixinho.

O carro não se dirigiu ao hospital. Seguiu diretamente para uma ilha no centro do lago. No meio da noite de inverno, o vento frio era especialmente cortante. Os flocos de neve começavam a cair do céu noturno, tornando a noite fria ainda mais gelada.

"A Srta. Otilia, este é o creme que o senhor me pediu para trazer. Ajuda a aliviar a dor e tem efeito cicatrizante."

"Obrigada."

"De nada. Boa noite."

"Sim, boa noite."

Com a porta fechada, Otilia segurava a pomada em suas mãos, sentindo seu peso. Havia um tipo de cuidado que era tão silencioso que se infiltrava e se aprofundava sem que se sentisse.

Naquele momento, Otilia não notou.

Otilia olhou para a caixa de pomada à sua frente, um leve sorriso surgindo em seus lábios.

Na véspera do Ano Novo, a bolsa de valores estava mais movimentada do que nunca, com o fechamento se aproximando em dois dias. Os investidores agiam com cautela nas suas compras e vendas.

Os camarotes VIP da bolsa de valores foram reservados apenas para clientes VIP. Se os ativos abaixo de dez milhões, não conseguia entrar. No entanto, havia uma exceção, um "pequeno gênio das ações" que surgiu repentinamente em Cidade H.

Em apenas um mês, ele ganhou mais de noventa milhões neste local, e tornou-se uma figura lendária entre os investidores de Cidade H.