Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 278

Leandro observava seus subordinados lá embaixo. Cada um segurou flechas afiadas apontadas para ele.

De repente, um cheiro de urina se espalhou. Viu-se um líquido amarelo-dourado caindo do homem suspenso no ar. O odor vinha de lá.

O homem de camuflagem lançou um olhar e disse severamente aos capangas: "O que estão esperando aqui? Quem não acertá-lo em quinze minutos, vai fazer companhia a ele."

Com essa ordem, os capangas lá embaixo não ousaram demorar nem poupar esforços.

Zuriel estendeu a mão. Um guarda-costas sério e de roupa preta colocou um lenço de seda limpo na palma da sua mão.

Zuriel segurava a mão de Otilia, e limpou delicadamente o sangue das mãos dela, pouco a pouco.

"Vamos."

Otilia não queria sair. Ela queria ver com seus próprios olhos a dor e o medo dele.

Ela queria substituir Breno e observar de perto o destino dele.

"Querida."

Uma mão grande cobriu os seus olhos.

"Ele não vale a pena."

Zuriel parecia entender o que ela queria, e disse baixinho: "Há coisas que não são feitas para você ver. Fica complicado se você está aqui. Ainda quer continuar?"

Otilia entendeu e virou-se para ir embora.

Leandro também entendeu o que estava prestes a enfrentar.

"Não, não..."

Esse grito miserável era mais lancinante do que quando ele enfrentava inúmeras flechas.

O carro Maybach saiu lentamente do armazém. Quando entrou na ilha no centro do lago, o celular de Zuriel tocou.

"Ele morreu?"

"Não." A pessoa do outro lado respondeu metodicamente.

Otilia ficou quieta por dois segundos, sem continuar a perguntar. Ela também não perguntou sobre as pessoas que apareceram no armazém, nem mostrou curiosidade.

Um dia chuvoso de início de primavera, com um frio cortante, uma figura esguia entrou numa favela. Ela passou por casas construídas apertadamente e becos estreitos e claustrofóbicos.

Otilia parou em frente à porta de uma casa. Olhou o número da casa e caminhou até a porta de uma delas.

Uma mulher de meia-idade descendo as escadas com uma cesta de compras olhou para ela e disse: "Você veio procurar o casal Hugo?"

Otilia olhou para a mulher e assentiu com a cabeça.

"Você também foi vítima do golpe deles?" A mulher de meia-idade perguntou, observando o traje dela.

"Sim."

"Então, você chegou tarde. Alguns dias atrás, o casal Hugo foi preso pela polícia. Deixe-me dizer que esse casal era notório por causar problemas."

"Cerca de uma semana atrás, eles ainda estavam se gabando de ter ganhado cinquenta mil, e a polícia não podia fazer nada contra eles. Mas, de repente, um dia, um grupo de policiais apareceu e levou-os embora. Parece que encontraram provas do golpe deles, e até mesmo um caso de homicídio estava envolvido."