Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 874

Tentar agradar a todos e fazer com que todos ao seu redor pensem que você é uma boa pessoa só vai te deixar infeliz.

Em sua vida passada, ela era exatamente assim.

Diante das confusões e insistências alheias, sempre adotava o princípio do perdão e da paciência, ganhando a simpatia das pessoas ao seu redor, fazendo todos acreditarem que ela era uma boa pessoa, uma boa criança.

Mas viver dessa forma era muito, muito cansativo.

Se sacrificar para atender às expectativas alheias de 'boa pessoa' era exaustivo.

O incidente na cantina, com Karina recebendo uma punição e tornando-se o assunto do momento, gerou muitas versões da história. Como Otilia Salazar disse, as pessoas inteligentes se mantêm em silêncio sobre isso, apenas aqueles com segundas intenções ou realmente ingênuos, sem pensar, seguiram instigando e concordando cegamente.

Dentro de uma sala privativa de um restaurante japonês, uma chaleira foi lançada aos pés de Karina.

A mulher mascarada com olhos sombrios disse, "Idiota!"

"Eu te pedi para se aproximar de Otilia Salazar, o que você está fazendo?!"

"Eu fiz de tudo para considerá-la, para agradá-la. Ela instintivamente não confia em mim, o que mais eu poderia fazer?" Karina disse, contendo sua raiva.

"Isso é porque você é tola. Você sabe por que ela disse aquilo na cantina?"

"Ela queria deixar claro para todos que não se dava bem com você. Para que você não tivesse mais motivos para ficar ao lado dela, não precisasse manter uma relação falsa, cortando seu caminho para bajulá-la. Se você insistir em se aproximar, só vai fazer ela te detestar mais."

As palavras da mulher mascarada deixaram Karina em silêncio.

"Não faça essa cara."

A visão daquela expressão a enojava.

Karina levantou os olhos, notando o desprezo que ela mal conseguia esconder, e a raiva cresceu dentro dela, suas mãos se fechando em punhos, com o olhar fixo nela.

A mulher mascarada recostou-se, com um olhar quase divertido, como se estivesse observando um palhaço pulando.

Naquele momento, a sensação de familiaridade que ela sentia em relação à mulher à sua frente tornou-se cada vez mais forte.

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