Através de montanhas e mares para a abraçar romance Capítulo 90

No escritório

Amadeu sentava-se no sofá, e os seus olhos aguçados examinavam Umberto. "Umberto, você já não é mais um menino. A partir de amanhã, você vai estagiar na empresa. A empresa fica longe de casa, então, você vai morar diretamente no apartamento no centro da cidade. Nos fins de semana, saia mais com seus amigos. Quanto às coisas de casa, não precisa se preocupar."

"Pai! Por que você pode simplesmente acreditar no que aquela garota diz? O que ela sabe?" Umberto estava irritado.

"Eu já tinha esse plano em mente. Não é por causa de Otilia."

Em vez de deixar Umberto tranquilo, essas palavras apenas o fizeram sentir que Amadeu Barreto estava protegendo Otilia.

A filha própria dele voltou, e ele estava prestes a abandoná-los.

Uma semente de descontentamento foi silenciosamente plantada entre pai e filho.

"Você deve parar de andar com Lorena. Vocês são irmãos."

Umberto sentia uma raiva de ser descoberto, e seu rosto ficou vermelho de ira: "Pai, Otilia falou algo sobre mim e Lorena? Somos irmãos, e não é nada do que vocês estão pensando."

"Se não é nada, está bem." Quando Amadeu disse isso, um sombrio lampejo passou pelo fundo de seus olhos.

"Sai."

Amadeu deu uma ordem de expulsão.

Umberto sabia que seu pai estava falando sério, sem margem para argumentos.

Ao abrir a porta, viu Lorena parada ali, com uma expressão de pânico.

"Lorena." Umberto a chamou.

Lorena parou. Os seus olhos estavam vermelhos, com uma expressão de culpa e tristeza, "Irmão, me desculpe. É tudo culpa minha. Eu te arrastei para isso. Eu vou falar com Otilia. Vou pedir para ela conversar com o papai, para você ficar em casa."

Umberto segurou sua mão gentilmente, enxugou as lágrimas de seu rosto, disse com carinho: "Não precisa. Ir atrás dela só vai fazer ela se sentir mais poderosa. Não importa onde eu esteja, o seu irmão sempre será seu apoio. Não tenha medo. Eu estou aqui."

"Irmão." Lorena ficou tão comovida que jogou-se em seus braços.

Umberto sentiu o cheiro e o calor que pertenciam a ela, enrijecendo a mão no ar. Ele queria abraçá-la, mas havia uma hesitação. Por fim, cedeu ao seu coração e a abraçou apertadamente.

Eles se olharam, encontrando no outro uma fonte de apoio ainda mais forte.

Não havia mais lugar para eles nessa família.

"Mãe está certa. Eu deveria ser independente. Vou visitá-la sempre. Não chore." Umberto disse, sorrindo enquanto beliscava o nariz dela.

Esse gesto de carinho era um pouco incômodo aos olhos de Rosalina.

"Já é tarde. Vamos descansar."

Na manhã seguinte, como de costume, Otilia descia para o café da manhã. Ao chegar à porta, ouviu uma voz doce.

"Otilia acordou, e venha tomar café."

Otilia olhou para Lorena, que sorria radiante.

Esse sorriso malicioso parecia um pouco perturbador.