Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 113

"O que foi? Está falando do presente da Zélia?" Afonso olhou para Gabriel, com uma expressão de dúvida no olhar.

"Exatamente." Gabriel queria que ele falasse sobre isso.

"Não acabamos de falar sobre isso na porta?" Afonso estava confuso.

Tudo que tinha para ser dito já foi, e ele também tinha visto o saco de papel.

"Eu quero que você diga isso de novo, na frente dos nossos pais." Gabriel ficou ao lado, com um olhar frio e sem expressão no rosto.

Afonso hesitou por um momento, e então disse a Eduardo e Patrícia: "Pai, mãe, acabei de encontrar o presente que a Zélia preparou nos arbustos perto da porta de casa. O saco é igual ao outro, e dentro tinha um suéter e um cachecol. A Zélia não mentiu, ela só não sabia que o saco que a Paula trouxe para dentro aquele dia não era o dela."

Eduardo e Patrícia franziram a testa, e seu humor imediatamente se tornou sombrio.

Gabriel continuou a questionar Afonso: "Então, o que você acha que aconteceu? Foi coincidência?"

"Irmão?"

"Fale o que você está pensando. Quero ouvir o que você realmente acha sobre essa 'coincidência'."

Gabriel não era tolo. As palavras de Afonso revelavam sua dúvida sobre a "coincidência".

E agora, ele queria que Afonso expressasse todas as suas suspeitas.

Como Gabriel disse isso, Afonso não guardou mais para si.

"Sim, acho que não foi coincidência. É coincidência demais os dois sacos serem iguais, e os itens dentro também serem similares, além do local onde foram colocados ser o mesmo. A Zélia está certa, não faria sentido ela contar uma mentira tão fácil de ser desmascarada, ela não teria motivo para fazer algo que acabaria prejudicando a si mesma."

Afonso expressou suas dúvidas.

"E então?" Gabriel queria uma conclusão.

Afonso hesitou por um bom tempo, parecendo relutante.

Ele olhou para seus pais e para seu irmão.

Na metade esquerda, o vídeo mostrava Débora colocando o presente naquela noite.

Na metade direita, mostrava Zélia jogando o presente nos arbustos.

Os vídeos estavam em loop, repetindo-se várias vezes, entrando nos olhos de Afonso, estimulando seu cérebro.

Afonso arregalou os olhos, incrédulo com tudo o que via no tablet.

"Eu... como..."

Afonso engasgou, perdendo toda a cor do rosto.

"É diferente do que você pensava, né?"

"Por que a Zélia faria isso? Por que ela mentiria para mim?!"

Num único dia, ele foi submetido a estímulos consecutivos.