Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 15

Cinco dias haviam se passado desde que ela havia tirado suas férias de sete dias e, durante esse tempo, Débora esteve ocupada.

Além de lidar com as visitas diárias de Otávio, Débora também estava frequentemente em comunicação com alguém desconhecido, usando dispositivos como computadores e celulares.

Agora, Débora tinha duas tarefas a cumprir: a primeira era curar a mão de Afonso, evitando que ele se tornasse um elemento de instabilidade para ela e para toda a família Araújo no futuro; a segunda, encontrar as gravações de vigilância desaparecidas. Nos últimos dias, Débora descobriu que havia câmeras de vigilância no lugar do incidente com Afonso, mas as gravações correspondentes haviam desaparecido.

Os Araújos não perceberam esse problema e nem sabiam da existência das câmeras no corredor onde o incidente ocorreu, pois o depoimento de Afonso já era suficiente para eles.

Débora também não tinha pensado nas gravações anteriormente e, após explicar a situação uma vez para a família, preferiu não entrar em mais detalhes.

Ela até reagiu de forma contrária quando confrontada pela família, gritando: “Sim, fui eu quem o empurrou! Podem me prender! Ou então, que tal cortar minha mão como compensação?”

Hoje Gabriel planeja dar um dia de folga para Débora e levá-la ao hospital para ver Afonso.

Ao sair, Débora carregava uma mochila pequena, aparentemente cheia de coisas.

Gabriel viu, mas não perguntou em detalhes, considerando normal uma jovem carregar uma mochila.

Logo após deixarem a residência da família Araújo, eles viram Zélia esperando por um ônibus à beira da estrada.

Era fim de semana, e Zélia estava de folga.

Ela segurava uma marmita, aparentemente preparada para Afonso.

A propriedade dos Araújos estava localizada em uma área de mansões na encosta da montanha, onde os ônibus raramente passavam, com apenas algumas viagens por dia.

Gabriel parou o carro e abaixou a janela.

“Entre.”

Apenas o assento do passageiro estava disponível, então Zélia sentou-se lá.

Durante o trajeto, Gabriel observava Débora pelo retrovisor, monitorando sua reação à presença de Zélia. Se Débora realmente tinha mudado, ela não deveria mostrar raiva na presença de Zélia.

Gabriel não viu raiva em Débora; ela estava de cabeça baixa, concentrada no celular, como se nem tivesse notado a entrada de Zélia no carro.

Gabriel ficou satisfeito com a reação de Débora.

Depois, Gabriel fez algumas perguntas a Zélia sobre Afonso.

Nos últimos anos, Gabriel raramente estava em casa e às vezes sabia menos sobre seu irmão do que Zélia.

Zélia respondeu a todas as perguntas, e a conversa entre eles fluiu bem.