Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 157

Naquela hora, o vídeo foi pausado, aguardando alguém pressionar o botão de reprodução.

A cena congelada mostrava Débora e Afonso Araújo em meio a uma discussão.

Era o trecho perdido do vídeo do Hotel Férias na Montanha Azul.

Ele apareceu do nada na frente dos Araújos.

Junto com ele, apareceu o responsável pela gestão de vídeos do hotel que havia perdido essa gravação.

A verdade estava ali, à vista, esperando apenas o apertar de um botão para desvendar-se.

Eduardo, com os dedos tremendo, apertou o botão de reprodução.

Patrícia e Gabriel estavam logo atrás dele, os três com os olhos fixos naquela pequena tela...

No tablet, a cena ia passando, quadro a quadro...

Da discussão, à queda, até a garota que tentava salvar o irmão sem sucesso, sentada no chão, em pânico e atordoada, chorando.

Ela estava aterrorizada.

Olhava para o irmão caído em meio aos cacos de vidro, sentindo-se impotente e apavorada.

Ela era a culpada, não deveria ter levado o irmão a uma discussão em um lugar tão perigoso.

Ela provavelmente não deveria ter tido aquela discussão.

Mas ela nunca, jamais, quis empurrar seu próprio irmão escada abaixo.

Mesmo em um momento de crise, sua reação instintiva era puxar o irmão para baixo e protegê-lo.

Vendo isso, Patrícia cobriu a boca com as mãos, e começou a chorar desesperadamente.

Ela mal conseguia se manter de pé, e foi amparada por Gabriel.

"Débora, Débora, minha Débora..." Patrícia soluçava sem consolo.

Eduardo ficou parado, sentindo uma dor aguda e contínua no peito.

Uma dor que penetrava os ossos, sufocante, que o impedia de respirar.

Sua filha, não tinha cometido o ato de ferir sua própria família.

Ela foi injustiçada.

"E quem são vocês?" Gabriel precisava entender a origem daqueles que sabiam o paradeiro de Débora.

O homem de terno sorriu levemente: "A Srta. Araújo fez um favor para o nosso patrão, então ele nos pediu para ajudar a encontrar as provas que comprovassem sua inocência."

Ele não revelou diretamente suas identidades, mas pela sua fala e comportamento, era evidente que o "patrão" mencionado era alguém de grande importância.

Mas essa não era a preocupação dos Araújos no momento; eles queriam saber onde Débora estava e se estava segura.

"Além disso, a Srta. Araújo disse que o Sr. Afonso pode ficar sem saber disso por enquanto."

O homem de terno falava de maneira oficial, seguindo as instruções de Débora.

Não era necessário informar Afonso...

Não era necessário...

Mesmo nesse momento, Débora ainda não pensava em destruir completamente Afonso.

Ela ainda lhe deixava uma chance.

Esperaria até ele recuperar a esperança na vida para então apresentar-lhe essa dolorosa verdade.