Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 174

O Velho Senhor Araújo e a Velha Senhora eram pessoas de poucas palavras, viviam em seu próprio mundo.

Gabriel ficou de lado, seus olhos, que normalmente são frios e severos, ocasionalmente desviavam-se inconscientemente para sua irmã e seu primo mais novo.

Se Felipe Brito visse isso, provavelmente teria motivos para rir por dias.

Após o jantar, Débora, ainda alheia à presença de Gabriel, com a mente totalmente focada no trabalho, dirigiu-se diretamente para o escritório.

Para Débora, não havia nada de novo nisso; era assim que sempre haviam sido, cada um seguindo com suas ocupações após as refeições.

Samuel também a acompanhou, levando consigo seus deveres de casa.

Os irmãos foram juntos para o escritório para cuidar de seus respectivos afazeres.

Gabriel, que normalmente tem uma presença marcante, foi completamente ignorado pelos dois.

A Velha Senhora também pareceu não notar seu neto mais velho, preferindo ir falar ao telefone com uma velha amiga.

Felizmente, o Velho Senhor acabou chamando Gabriel para o seu escritório para discutir assuntos de negócios.

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Ao voltar da escola para casa, Zélia Sousa encontrou sua mãe tremendo e com o rosto banhado em lágrimas.

"Mãe, o que aconteceu?"

Zélia largou sua mochila e correu para abraçar sua mãe.

Em sua memória, a última vez que viu sua mãe assim foi quando ela era pequena, antes daquela pessoa horrível desaparecer de suas vidas.

"Zélia, o que vamos fazer? Ele voltou, ele voltou..."

A voz de tia Souza tremia, repleta de medo.

O medo que ela sentia por Marcelo Andrade vinha do fundo da alma.

Os anos de sofrimento estavam profundamente gravados em sua memória.

"Não, Zélia, mãe... eu perdi todo o dinheiro..."

"Como assim? Onde está o dinheiro que você guardou?"

"Eu... eu perdi... agora está tudo preso..."

"Preso? Na bolsa de valores?" Zélia olhou para sua mãe em choque.

"Eu... eu não queria... eu pensei que conseguiria ganhar algum dinheiro..."

"Quanto você perdeu?"

"Tudo... tudo..."

tia Souza baixou a cabeça, com uma expressão de tristeza.

Nos últimos dois anos, tia Souza havia economizado cerca de oitenta a noventa mil reais, pois os custos com a Escola Particular Mariana de sua filha eram cobertos por Elisa. Com o salário que recebia trabalhando para a família Araújo, além das despesas diárias com ela e sua filha, ainda conseguia poupar um pouco.