Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 322

Chegando a esse ponto, se Débora recusasse, a situação ficaria realmente constrangedora.

Especialmente porque a pessoa em questão era Sérgio, o centro das atenções do evento, com metade dos olhares voltados para ele naquela noite.

Se fosse um estranho diante dela, Débora não se preocuparia se a situação fosse embaraçosa para ele.

Mas tratando-se de Sérgio, que já a havia ajudado tantas vezes, Débora não poderia ignorar completamente sua situação.

Após ponderar, Débora levantou-se e colocou uma de suas mãos na palma de Sérgio.

No instante em que as mãos se tocaram, a de Débora tremeu ligeiramente.

Sérgio baixou o olhar para aquela mão pequena e alva em sua palma, segurou-a suavemente e então a conduziu para a pista de dança.

Eduardo e Patrícia sentiam-se bastante ambivalentes, vendo a filha ser convidada para dançar por um homem claramente perigoso, o coração de pais inevitavelmente se enchia de preocupação.

Ansiosos, mas sem poder fazer nada, em tais circunstâncias, era perfeitamente aceitável que um cavalheiro convidasse uma dama para uma dança social, e como Débora havia consentido, o casal não tinha muito o que dizer.

Otávio até pensou em se aproximar, mas foi detido por algumas pessoas que vieram cumprimentá-lo, e quando finalmente terminou os cumprimentos, viu Débora e Sérgio entrando na pista de dança.

Otávio perguntou às pessoas ao seu redor e então soube que aquele homem era Sérgio.

Vanessa não se importava com a recusa de Sérgio, mas incomodava-se com o fato de ele ter convidado outra garota enquanto a recusava.

Era a primeira vez que Vanessa olhava para uma garota assim.

Uma garota que parecia ser vários anos mais jovem do que ela.

Vanessa, que desde pequena nunca soube o que era ciúme, provavelmente sentia isso pela primeira vez.

Sérgio, que nunca permitia a aproximação de mulheres, estava dançando com uma jovem.

Elisa observava a cena, sentindo uma mistura indescritível de emoções.

Só podia dizer que Débora era uma pequena manipuladora habilidosa; apesar de parecer frágil e dócil, era calculista até a medula. Caso contrário, não teria conseguido manipular o precioso herdeiro da família Pires desde tão jovem!

Inclinando-se, sussurrou no ouvido de Débora: “Se realmente não conseguir dançar, pode pisar nos meus pés, e eu te guio na dança.”

A proximidade repentina de Sérgio fez com que Débora se enrijecesse completamente.

“Não, não fique... tão perto...”

A voz dela era tão baixa quanto o zumbido de um mosquito, claramente envergonhada.

O sorriso de Sérgio se intensificou: “Por acaso, esta é a sua primeira vez dançando com um homem?”

“Sim.”

O sorriso de Sérgio se tornou ainda mais intenso, ao dizer para Débora: “Na verdade, senhorita, esta também é a primeira vez que danço com uma garota.”

“Então, com quem você dançava antes?”

Sérgio obviamente sabia dançar, e muito bem.