Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 447

Uma enfermaria.

Duas camas hospitalares.

Na cama próxima à janela, jaz Sérgio.

O corpo de Sérgio ainda estava conectado a muitos equipamentos médicos, monitorando diversos indicadores de sua saúde.

Na cama mais próxima à porta, repousava Débora.

Débora não havia sofrido ferimentos graves, apenas alguns hematomas e inchaços, mas ainda assim foi mantida no hospital para uma série de exames a pedido das pessoas de Sérgio.

A entrada da enfermaria estava lotada de seguranças, assim como os Araújos que tentavam entrar.

Os seguranças não ousavam deixar Débora sair, temendo a reação de Sérgio ao acordar e não encontrá-la, preocupado que ele pudesse ficar irritado.

Também não permitiam a entrada de outras pessoas, temendo que o excesso de visitantes pudesse perturbar o descanso de Sérgio.

Assim, apenas os dois repousavam em suas camas na enfermaria.

Débora estava acordada, deitada de lado, observando Sérgio ainda inconsciente.

Seus lábios já não estavam roxos, mas sim pálidos.

Nesse estado, ele parecia estranhamente fraco, uma imagem bem distante de sua habitual postura autoritária.

Os equipamentos médicos ao lado indicavam que seu coração batia normalmente agora.

Após algum tempo, Sérgio recuperou a consciência, abrindo lentamente os olhos.

Ao abrir os olhos, a primeira pessoa que viu foi Débora, que o observava.

Seu rosto pálido ainda tinha marcas vermelhas que não haviam desaparecido completamente.

Seus olhos brilhantes eram claros e límpidos.

Havia uma leve preocupação em seu semblante, com as sobrancelhas ligeiramente franzidas.

Eles se olhavam em silêncio, mantendo o contato visual por um longo tempo.

Não se sabe quanto tempo passou até que Débora quebrou o silêncio: "Você está se sentindo melhor?"

"Estou bem." A voz de Sérgio era mais grave do que o normal, e seu tom, mais sério.

E seu olhar, mais profundo do que o habitual.

"Débora, eu preciso ir." De repente, Sérgio disse.

"É necessário mais uma noite de observação." Débora respondeu.

Seu olhar para Débora era triste, uma tristeza que Débora não conseguia compreender.

"Por quê?" Débora perguntou.

"Não há motivo. Apenas prometa que não irá."

Sérgio olhava nos olhos de Débora.

Ele sabia que, por toda sua vida, não poderia amar alguém, não poderia se casar.

Sua condição congênita de cardiopatia era herança de sua mãe, que morreu da mesma doença.

Sua doença tinha uma certa probabilidade de ser passada para seus filhos.

Como ele poderia amar alguém? Como poderia formar uma família? Como poderia permitir que sua futura esposa suportasse a dor da possibilidade de perder tanto o marido quanto o filho a qualquer momento?

Mas ele era uma pessoa egoísta, apenas capaz de convencer-se a soltar esta única vez.

Vamos adiar para mais tarde, talvez às onze.

Não dormi bem na noite passada, virei um zumbi.

Falando nisso, sobre o sorteio de ontem, alguém que ganhou o prêmio está aqui? Apareça para eu ver... Vou enviar seus presentes...