Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 492

Mas os olhares dirigidos a Débora não continham nenhuma compaixão.

Se realmente tivesse cometido o ato de usurpar os resultados de pesquisa de outrem, seria merecedora das consequências, não havendo espaço para simpatia.

"Eu não usurpei nada. Para me acusar de usurpação, precisam apresentar provas, por favor, verifiquem os fatos antes de fazer tais declarações", Débora alertou o Prof. Ferraz, com uma voz notavelmente calma.

Qualquer experimento ou pesquisa que Débora tenha realizado possui rastreabilidade.

Se houver suspeitas de que ela tenha usurpado os resultados de pesquisa de alguém, é possível questioná-la e realizar uma investigação mais aprofundada para coletar evidências.

"Você está se fazendo de desentendida até ver a realidade?", Prof. Ferraz falou, jogando um grosso relatório de pesquisa na mesa à frente de Débora.

"Isso foi entregue anteontem pela Gina! O conteúdo que você entregou agora possui resultados e teorias idênticas aos dela!"

"Entregar antes não significa nada", Débora respondeu.

Após folhear algumas páginas, Débora percebeu que Gina havia usurpado aquela parte dos resultados experimentais que ela tinha deixado na mesa.

Prof. Ferraz repreendeu severamente: "Nunca vi tal audácia em todos os meus anos ensinando! O que você aprendeu no exterior durante esses anos? A ser descaradamente sem vergonha?!"

Era evidente que, entre sua aluna Gina, a quem havia orientado por dois anos, e Débora, que havia chegado há menos de uma semana para trabalhar no projeto sob sua supervisão, o coração do Prof. Ferraz não tinha dúvidas em favorecer a estudante em quem confiava.

Especialmente porque Débora, durante essa semana, havia comparecido ao laboratório em poucas ocasiões, criando uma impressão de falta de seriedade acadêmica tanto para ele quanto para os outros alunos do laboratório.

Gina, ao lado, parecia um pouco assustada, baixando a cabeça com culpa, sem ousar olhar diretamente para o Prof. Ferraz ou Débora.

Débora não se defendeu verbalmente, mas pegou seu celular, procurou um número em sua lista de contatos e estava prestes a discar.

"O que você está fazendo? Querendo brincar com o celular agora? Você me ignora?", Prof. Ferraz exclamou em voz alta.

Prof. Ferraz sentiu-se humilhado.