Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 54

"Irmã Débora, não fique zangada. Pisei no seu sapato, então que tal se eu me oferecer em compensação?"

Benício olhava para Débora de forma descarada, com um sorriso sugestivo.

Débora pausou por um momento e então levantou o pé, esmagando com força a ponta do pé do homem.

Decidida, severa, sem mostrar misericórdia em seu golpe.

"Caraca!" Benício gritou.

Esse grito de Benício atraiu a atenção de todos.

Beatriz aproveitou a situação para puxar Zélia até o local, juntando-se aos outros para ver o que estava acontecendo.

Elas escolheram propositadamente um lugar um pouco mais afastado da confusão.

Todos viram a expressão distorcida de Benício, sem saber se era de dor ou de raiva.

Débora, por outro lado, mantinha-se calma, olhando tranquilamente para ele.

Após se recompor, Benício olhou furiosamente para Débora.

Débora recuou dois passos e pegou uma garrafa de champanhe ainda lacrada duma mesa próxima, segurando-a firmemente.

Foi quando Samuel apareceu, colocando-se entre Débora e Benício.

"Benício, o que está fazendo?!" Samuel encarava Benício com fúria.

Samuel e Benício se conheciam, porque ambos estudavam no Primeiro Ensino Médio Mar.

Cidade Mar tinha duas escolas de destaque, uma era a Escola Particular Mariana e a outra era o Primeiro Ensino Médio Mar.

Como Samuel morava do outro lado de Cidade Mar com seus pais, mais perto do Primeiro Ensino Médio Mar, decidiu estudar lá.

Benício deu de ombros: "Não fiz nada demais. Estamos em público, o que eu poderia fazer? Só queria cumprimentar sua irmã, e ela reagiu pisando forte no meu pé. Olhe só, ela até amassou meu tênis AJ!"

"Benício, pare de falar besteira! Afonso caiu da escada por conta própria. O que minha irmã tem a ver com isso?"

"Porque foi ela quem o empurrou!"

Quando Benício disse isso, uma expressão de surpresa tomou conta de todos.

Parecia que eles tinham descoberto algum segredo importante.

Samuel, com o rosto tomado pela raiva, disse: "Pare de falar asneira! Você tomou o café da manhã no banheiro hoje, foi?!"

"Se estou falando asneira ou não, é só você ir perguntar ao seu primo Afonso que você vai saber."

"Perguntar o quê? Não tem o que perguntar. A irmã Débora está aqui. Por que não perguntamos diretamente a ela?"

"Ela admitiria o que fez?"

"Não diga que não sei o que Afonso falou, mesmo que seja verdade o que você diz, por que eu deveria acreditar em Afonso? Quem disse que as palavras de quem está ferido são necessariamente verdadeiras?”