Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 603

Débora seguiu sua mãe, Patrícia Soares, e seu tio numa visita ao coração da Capital, a um edifício antigo e cheio de charme.

Nas profundezas das vielas da Capital, a identidade dos proprietários desses edifícios sempre carrega certo prestígio.

Os Araújos, se tentassem entrar por conta própria, jamais conseguiriam adentrar tal edifício.

A família Soares, por outro lado, tinha suas conexões, o que permitiu que hoje Patrícia e Débora conseguissem entrar.

Naturalmente, fora Ovídio Soares que convidou sua irmã e sobrinha para participar do evento.

Ovídio, com um sorriso caloroso, disse a Patrícia e Débora: “Caso vejam algo de seu interesse, me avisem que comprarei para vocês.”

Ele sempre foi generoso com sua irmã e sobrinha, disposto a gastar sem pensar duas vezes.

Patrícia lançou um olhar para Dalva Moura e Rosalía Soares: “Irmão, eu estou bem, compre algo para a cunhada e para Rosalía! Se eu desejar algo, o dinheiro do Eduardo está comigo.”

Quem controla o dinheiro na primeira filial da família Araújo?

Patrícia é quem cuida das finanças da casa.

Eduardo Araújo gere o dinheiro da empresa.

Quanto aos filhos, eles administram seu próprio dinheiro.

O sorriso no rosto de Dalva era claramente forçado.

Ver seu próprio marido tratando a irmã com mais consideração do que a ela, sua esposa, e sendo mais generoso com sua sobrinha do que com sua própria filha, como isso poderia deixá-la contente?

Ao chegarem ao local, a entrada parecia deserta, sem muitas pessoas por perto.

Um edifício antigo e charmoso, cuja placa na porta, com a pintura descascando, trazia as palavras "Pavilhão Colorido".

Um senhor de aparência simples estava de pé na entrada, segurando um cachimbo.

Tanto o edifício quanto o homem pareciam emanar um ar de outra era, como se tivessem atravessado décadas para chegar até ali.

Ovídio se aproximou do senhor para conversar: “Bom dia, senhor, qual é a peça de hoje? 'Guerra no Monte Dingjun' ou 'A Captura de Cao Cao'?”

O senhor levantou a cabeça, lançou um olhar oblíquo a Ovídio e, em seguida, baixou a cabeça para dar outra tragada no cachimbo.

"Guerra no Monte Dingjun," respondeu o senhor.

O primeiro andar abrigava as mesas do salão, enquanto o segundo era circundado por camarotes, cada um com janelas voltadas para o palco.

Ao chegar no camarote reservado, encontraram uma mesa tradicional cercada por cadeiras de braços.

Ovídio explicou sorridente às quatro mulheres: “Em breve, eles exibirão itens valiosos naquele palco. Aqui, há verdadeiro e falso misturados, tudo depende da habilidade do olhar. Os preços variam muito, e há um grande elemento de aposta, semelhante ao jogo de apostar em pedras preciosas.”

Era algo parecido com um leilão, mas não exatamente igual.

Os preços poderiam ser mais acessíveis do que em grandes leilões, mas não havia garantia de autenticidade.

O elemento de aposta era muito maior.

A família Soares, com seu profundo conhecimento hereditário, estava bem ciente das profundezas do mundo dos antiguidades.

Graças à sua erudição familiar, a família Soares possuía grande expertise nesse campo, e até agora, Ovídio nunca havia falhado.

Ovídio olhou para Patrícia: “Irmã, vamos ver quem se sai melhor hoje.”

Ovídio e Patrícia, desde pequenos, foram imersos no aprendizado familiar, desenvolvendo uma forte habilidade de identificar antiguidades e obras de arte.