Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 674

No escritório de Sérgio.

Diante de uma enorme janela do chão ao teto, Sérgio e Yago estavam sentados frente a frente.

"Você é desprezível," disse Yago.

"Heh," Sérgio não ficou zangado com o comentário, "Eu nunca fui uma boa pessoa, nós da família Pires nunca fomos bons, e você, Yago, também não é."

"Você a enganou," Yago expôs um fato.

"Sim, eu admito," Sérgio também não negou, "Eu usei meios desprezíveis para o noivado, para mantê-la ao meu lado, eu sabia que ela aceitaria."

"Ela sente que lhe deve algo, ela também conhece sua condição de saúde, ela queria salvar você. Então, quando você pediu, ela aceitou."

"E daí?" Sérgio sorriu maliciosamente para Yago, "Você quer me impedir?"

"Eu não posso impedir."

Se Yago pudesse impedir, ele já teria feito.

Às vezes, ter uma mente lúcida é uma dolorosa realidade.

Porque saber claramente os prós e os contras, o que é possível e o que não é, é difícil.

Ele não tem o direito de interferir na decisão dela.

Desde que seja o que ela quer fazer, ele não tem escolha a não ser apoiar.

Sérgio olhou para Yago, "Ela realmente quer que você volte."

Yago ficou em silêncio por um bom tempo.

"Eu vou cuidar dela," disse Yago em voz baixa.

Observá-la seguir em frente.

Ver ela feliz.

Isso é suficiente.

Sérgio sorriu, entendendo que, nas palavras de Yago, desta vez ele não iria embora.

A pequena coelhinha, ao saber dessa notícia, provavelmente ficaria muito feliz.

Sérgio então convidou Yago para jantar.

Débora iria cozinhar pessoalmente.

Ele tinha uma boa impressão de Débora, mas não estava profundamente apaixonado, a via mais como uma irmã.

Ele sentia o desejo de protegê-la, mas não a ponto de interferir.

Então, apesar das insinuações de Jacinto, Carlos permaneceu sem ação.

Sérgio também não se importava com as interferências de Jacinto, sabendo que a pequena coelhinha não sentiria "borboletas no estômago" por Carlos.

Yago sentava-se tranquilamente ao lado.

Jacinto sempre foi barulhento desde criança, e nada mudou ao crescer.

E essa agitação não era para ele.

Jacinto olhou para Yago, vendo que ele ainda era tão silencioso como sempre, irradiando uma aura de frieza e distância.

Numa vida passada, ele só veio a entender a razão por trás disso muito tarde.

Mas naquele momento, já era tarde demais para mudar qualquer coisa.

Agora, todos eles ainda estavam aqui, ainda havia tempo e oportunidade.