Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1

Capítulo 1 

A família Dias estava reunida em volta da mesa quando a empregada trouxe o último prato. Wilson Dias, finalmente, pegou nos talheres e serviu uma asa de frango no prato de Isabella.

“Esse talvez vai ser nossa última refeição juntos como pai e filha… Quem diria que seus pais biológicos viriam buscar você tão

cedo…” 

Havia um tom de tristeza em sua voz, e ele não podia evitar lembrar do momento, três meses atrás, quando estava muito

doente…

Naquela época, ele precisava urgentemente de uma transfusão de sangue, e foi quando Isabella doou sangue pra ele que descobriram que não eram pai e filha.

Isso deixou todos na família Dias chocados.

Depois de se recuperar, Wilson enfrentou muitos desafios até finalmente encontrar sua verdadeira filha, Caterina Dias.

A filha perdida e agora encontrada era um tesouro inestimável para a família Dias!

E Isabella…

A criança sem laços de sangue…

Foi anunciada na Rede de Ajuda Mútua.

Ontem, uma ligação confirmou que a mãe biológica de Isabella viria buscar ela hoje….

“Esses são todos os pratos que você gosta…” Wilson controlou seus pensamentos, e com emoções misturadas ele servia ela, “Vai, coma bastante, quem sabe como será lá…”

Naquela ligação de ontem, Wilson soube que os pais biológicos de Isabella estavam desempregados e viviam no Distrito do Rio Direito…

Aquele distrito era um dos mais atrasados e pobres do país!

Nem adianta falar dessa mesa farta – é provável que lá, nem arroz tem em abundância!

Isabella, sentada à mesa, com olhar sereno e claro, parecia entender o que ele sentia. Seus olhos calmos não mostravam nenhuma perturbação e ela, tranquilamente, pôs os talheres de lado, “Estou satisfeita.”

Ela se levantou para ir embora, sua silhueta determinada e elegante, como se não tivesse nenhuma ligação com aquela casa.

Yolanda Silva não escondeu seu descontentamento: “Essa menina ingrata! Está desprezando os talheres que você usou! Todos esses anos, você mimou ela demais! Deixa ela fazer luxo e não comer, espera quando ela chegar!”

“Mãe, calma. A Isabella com certeza não quer voltar para o interior. Ela deve estar perturbada com tudo isso…“, disse Caterina Dias, que havia sido acolhida pela família há um mês.

Caterina ouviu a conversa dos pais e sabia que a família de Isabella era muito pobre. Além dos pais desempregados, havia cinco irmãos solteiros e uma avó doente para cuidar…

A responsabilidade familiar era muito grande!

Sentindo–se privilegiada, Caterina se levantou, “Vou acompanhar ela até a porta.”

Wilson olhou para Yolanda com raiva, “Afinal de contas, Isabella também foi nossa filha!”

“Heh…” Yolanda riu com desprezo, “Só de pensar que tratamos essa garota como um tesouro, enquanto Caterina sofria no exterior, meu coração parece ser perfurado por uma faca…”

Isabella foi para a sala, pegou sua mochila no sofá e se preparou para deixar a casa.

Caterina logo seguiu ela, “Mana, no dia um de outubro será meu noivado com Aaron Duarte. Você vai vir, não é?”

Seus olhos brilhavam cheio de expectativa, mas sua voz mal podia esconder o orgulho e a ostentação.

Todos sabiam que havia um acordo de casamento entre as famílias Dias e Duarte.

Se Caterina não tivesse sido encontrada por Wilson, a noiva de Aaron no Dia da Independência seria Isabella.

“Aaron era realmente um garoto excepcional, muito gentil comigo… Se não fosse por eu ter sido encontrada pelos meus pais, a noiva dele seria você, minha irmã! Irmã, você não vai ficar chateada comigo, né?”

Isabella riu, “Graças a você, aquele traste encontrou o lugar que merece.”

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“Minha boca está ótima.” Isabella disse com um sorriso, “Já você, deveria visitar um oftalmologsta

“Irmã, vou te dar o colar que nossos pais me deram e que eu tanto amo, afinal somos irmãs. Agora que vamos nos separes, qem sabe quando vamos nos ver de novo…” Caterina Dias, sem guardar rancor, correu para tentar abraçar Isabella, mas assim que tocou na mochila dela…

“Não tem problema, mãe, pai…” Caterina Dias rapidamente tentou acalmar os ánimos, dizendo compreensivamente, “Eu ia dar o colar para minha irmã de qualquer forma, se eu dou ou se ela pega, dá no mesmo!”

“Como assim dá no mesmo? Se você dá, é um presente! Se ela pega, é roubo!” Yolanda estava furiosa, “Muito bem, Isabella, vocé não aprendeu nada que presta, só aprendeu a ser ladra!”