Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1327

Qual era a situação, afinal?

"Está bem?" O atendente, percebendo que era uma moça e provavelmente não alguém perigoso, pegou o celular que havia caído no chão e estendeu para ela: "Isso é seu? Como acabou dentro de um saco de estopa? Melhor ir para casa logo..."

Mariana não tinha ideia de quanto tempo ficou parada ali, até que o atendente se afastou e o celular tocou novamente. Foi aí que ela voltou a si e viu no visor: "Tio Zeca". Mas não teve coragem de atender.

Damião, sentado em seu carro, já havia ligado três vezes para Mariana, sem obter resposta. Ele começava a ficar preocupado: "Será que aconteceu alguma coisa?"

"Você acabou de dizer que ela ligou pedindo ajuda, falando que estava sendo importunada?" Samara perguntou.

"Sim." Damião estava preocupado que sua sobrinha estivesse em apuros, e justo quando pensou em mandar alguém investigar, o celular tocou.

Era Mariana!

Naquele instante, Mariana se esforçou para levantar, apoiando-se na parede e tentando sorrir, disse com um tom digno de Antônia: "Tio Zeca, não precisa vir me buscar. Meu namorado acabou de chegar e me trouxe em segurança ao hotel. Acabei de tomar um banho."

Damião, ouvindo isso, relaxou e ao mesmo tempo se surpreendeu: "Desde quando você tem um namorado?"

"É uma longa história..." Mariana não detalhou mais, deixando um ar de mistério: "Amanhã eu conto quando a gente se encontrar."

"Você disse no telefone que estava sendo incomodada? O que houve? Foi uma briga com o namorado?" Damião indagou, preocupado.

"Não..." Mariana não quis denegrir a imagem de Jesimiel, que já era considerada inferior à de Célio, e mentiu: "Meu namorado está na França a trabalho, ocupado faz tempo, disse que estava com saudades, não podia vir, então me pediu para ir até lá."

As dores pelo corpo eram fortes, mas Mariana resistia, se mantendo de pé e sorrindo: "Eu estava com saudades do vovô e do Tio Zeca, principalmente ao saber que a tia havia retornado, não me contive e quis visitá-los. Queria fazer uma surpresa..."

Mariana mal conseguia permanecer de pé devido à dor, precisando mudar de posição frequentemente para suportar.

"Em qual hotel

você está? Me passa o endereço que amanhã mando alguém te buscar" - Damião falou novamente.

Mariana ainda não havia escolhido um hotel, mas respondeu sorrindo: "Não precisa, Tio Zeca, quero aproveitar um pouco mais com meu namorado. Não sei a que horas vou poder ir até aí, e ele vai mandar alguém me levar."

"Então durma cedo, saber que você está bem deixa seu tio Damião tranquilo. Qualquer coisa, me ligue" - disse Damião com sua voz sempre serena: "Fico feliz que você pense em mim quando precisa de algo. Na próxima vez que tiver um problema, vai me chamar?"

"Vou sim" - a voz de Mariana estava embargada, o nariz ardendo de emoção: "Então tio, você e a tia durmam cedo também."

"Está bem" - Damião só desligou o telefone depois de se certificar que ela estava segura.