Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1336

"Por que?" - Samara indagou, exibindo um sorriso.

"Se de fato existir um traidor no clã dos Pires, esse desleal, agindo às escondidas de forma a prejudicar o nosso querido tio, com certeza está morto de medo de ser descoberto."

"Corre o boato que o Sancho é muito seu admirador, e você passou um bom tempo lá com ele, de repente retorna. O traidor deve estar com o coração na mão, pensando que o Sancho pode ter lhe confidenciado algo. Eles temem que você vá abrir o jogo para o vovô e para o querido tio, então, o seu intento ao comparecer à festa de aniversário é colocá-los contra a parede!"

O sorriso de Samara irradiava admiração e orgulho.

"Esta noite é, sem sombra de dúvida, a melhor chance deles mostrarem as garras. É só pegar quem tentar lhe fazer mal, e essa pessoa será desmascarada como o traidor!"

Samara sorriu, seus lábios vermelhos e dentes alvos brilhando, uma beleza arrebatadora: "Não é à toa que é a minha sobrinha amada, pensou em tudo... Claramente você não é uma universitária qualquer, deve ter algum mistério que a tia aqui desconhece, né?"

"Não é nada demais." - Isabella manteve o mistério, e Samara não insistiu, mas percebeu que a jovem era perspicaz e astuta, longe de ser comum.

"Eu te trouxe porque você é inteligente e esperta, sabe como jogar de acordo com as regras do jogo. Se as coisas saírem do eixo e o adversário estiver com o jogo todo armado, e eu não conseguir me desvencilhar a tempo, com sua identidade e talentos, você ainda pode me ajudar a sair dessa." - Samara compartilhou isso com um sorriso: "Se eu tivesse trazido a Mariana, ela já estaria aos prantos."

Então, essa também era a razão pela qual ela decidiu não trazer Mariana.

"E a respeito de não convocar seu tio, você deve imaginar o porquê, certo?"

"A tia quer fisgar o traidor para que ele se revele. Se o tio estivesse aqui, o traidor pensaria duas vezes, talvez não tivesse coragem de agir na frente dele... Então, você mandou o tio embora de propósito?"

"Não foi exatamente de propósito..." - Samara sorriu, deixando a explicação no ar.

"Não se preocupe, tia, estou aqui."

Isabella sabia que a festa de aniversário dessa noite tinha seus riscos, mas desconhecia quem poderia querer atentar contra o vovô e o tio querido.

Por que uma família acabaria chegando a tal extremo...

Meia hora depois.

"A matriarca do nosso Pires, como pode ser ela?"

Isabella captou os murmúrios à distância e, franzindo o cenho, comentou: "Como essas pessoas podem ser tão maldosas."

"Você se habitua." - Samara caminhou com elegância, seu vestido vermelho realçando sua figura imponente. Ela ignorou os cochichos e prosseguiu pelo jardim em direção ao salão principal.

As outras senhoras se sentiram incomodadas. Maldita Samara, sempre fazendo com que se sentissem invisíveis.

Elas não compreendiam o que uma mulher que já pertenceu a outros tinha para se vangloriar!

No salão principal.

Alguns parentes divertiam um ancião, que exibia vigor e elegância, com um chapéu de festa colocado pelos mais jovens.

O motorista entregou os presentes a Samara e Isabella, e Samara avançou com um sorriso radiante.