Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1369

O céu lá fora estava cinzento, a noite ainda não tinha dado lugar ao dia, e ela não resistiu a perguntar à empregada: "A que horas o tio costuma acordar?"

"Geralmente em meia hora, mas desde que retornou, a senhora tem ficado acordada até mais tarde com ele, então é difícil dizer a hora exata para nós, empregadas."

"......" - Mariana perguntou novamente, sem conseguir se conter: "E o vovô?"

"Ele só acordou ontem à noite, geralmente está em um estado de inconsciência, então é difícil prever qualquer rotina."

Mariana teve que largar os talheres: "Então vou dar uma corrida matinal, espero que eles acordem para que possamos tomar o café da manhã juntos".

A temperatura estava abaixo de três graus, e apesar de Mariana estar vestida com roupas grossas, o vento gélido ainda a fazia tremer de frio.

Mas ela persistiu em correr lentamente, pensando que talvez, se o tio ou o vovô acordassem e a vissem correndo antes do amanhecer, pensariam que ela é uma boa menina, disciplinada e dedicada.

Então, ela enfrentou o vento frio e correu pelo jardim durante 40 minutos, mas ainda assim ninguém tinha acordado. Sem aguentar mais, ela rapidamente se refugiou de volta para dentro de casa.

Meia hora depois, Damião foi o primeiro a descer, e ao ver Mariana sentada à mesa de café da manhã, segurando sua caneca com as duas mãos, ele não pôde deixar de perguntar: "Mariana, por que você acordou tão cedo? O que aconteceu com seu rosto? Está tão vermelho do frio?"

"Eu corri lá fora por uma hora, depois começou a nevar e eu parei de me exercitar, bom dia, tio." - Mariana disse, ainda soltando vapor pela boca.

Damião não esperava que ela tivesse mudado tanto a ponto de acordar cedo para correr.

"Esse é um bom hábito, mas quando o tempo não está bom, você pode se exercitar dentro de casa, como sua tia, que faz ioga dentro de casa."

Mariana pensou que deveria ter levado um tapete de exercícios e praticado em um lugar visível dentro de casa, onde se aqueceria, não precisaria correr tanto e ainda atrairia a atenção de todos...

Damião sentou-se à mesa para tomar café da manhã com ela: "Aliás, Mariana, você mencionou na última vez que falamos ao telefone que você tem um namorado agora? Desde quando?"

"Depois que minha irmã voltou para casa..." - Mariana propositalmente abaixou os olhos, demorando um pouco antes de forçar um sorriso e dizer: "Já faz quase meio ano, na verdade, ele me perseguiu por seis anos, desde o primeiro ano do ensino médio até o terceiro, depois do ENEM, durante as férias de verão, decidi tentar algo com ele."

Mariana pensou consigo mesma, como seu tio podia ser tão hipócrita, quando, de fato, Jesimiel Soares era muito inferior a Célio!

"Porque minha irmã é a verdadeira herdeira da família Neves, e eu sou apenas uma filha adotiva, o casamento arranjado entre as famílias Neves e Franco naturalmente deveria ser destinado a minha irmã..."

Mariana fez cara de quem entende dos assuntos do coração, sem nunca mencionar se Célio tinha ou não interesse nela, e como, sem outra escolha, acabou ficando com Jesimiel...

Se pudesse, ela queria mesmo era ser esposa de Célio!

"Então minha neta já tem um namorado..." - A voz de Bertram, cheia de risos, veio do lado de fora: "Eu dormi por tanto tempo que nem sabia que minha neta estava namorando..."

Samara, apoiando Bertram, disse rindo: "Pai, saber disso agora também não é tarde demais."

"Quando tiver um tempo, traga-o para nos conhecer..." - Bertram disse, sorrindo: "Ouvi logo na entrada que esse rapaz trabalha com logística, muito bom, já está no primeiro ano da universidade e, com essa mentalidade empresarial, tem um futuro promissor pela frente."