Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1411

Mariana percebeu que Marilena constantemente evitava seu olhar, sem sequer dar-lhe uma única olhada, e isso a irritava profundamente. Afinal, Marilena não passava de uma empregada, e parecia não reconhecer a gentileza que lhe era oferecida...

Ela realmente se achava muito importante...

Nesse momento, uma voz animada soou.

"Minha velha senhora, minha querida..."

Bertram Pires sabia que sua amada finalmente havia chegado e, apoiando-se em sua bengala, tentou apressar o passo, embora mancando.

A empregada, empurrando uma cadeira de rodas atrás dele, sorriu ao tentar explicar, sem sucesso: "O senhor se recusa a sentar na cadeira de rodas... diz que isso afetaria sua imagem..."

Isabella, de pé na porta, teve de conter uma risada ao ver a cena. Usar uma bengala não afetava a imagem dele?

Vanessa correu para apoiá-lo, preocupada: "O que aconteceu com você?"

"Oh, só uma pequena queda, nada demais..." - Bertram abraçou sua amada: "Você finalmente chegou. Quanto tempo faz que não nos vemos? Não posso acreditar como você ainda está radiante, sua beleza supera a das flores lá fora..."

As risadas das criadas ecoaram pela sala, divertidas com o comentário de Bertram.

Vanessa deu-lhe um tapa desajeitado: "As pessoas estão ouvindo, você não tem vergonha? Olhe para o meu rosto, todo enrugado, e você me comparando a flores..."

Ela inconscientemente tocou seu próprio rosto.

"Está linda! Mais bonita do que quando nos casamos..." - Bertram beijou sua testa com carinho, então disse: "De agora em diante, você não vai mais a lugar algum... É minha vez de cuidar de você."

"Você, cuidar de mim?" - Vanessa olhou para ele, apoiado em sua bengala, brincando: "E quanto ao Marcos, vai deixar de lado?"

"Devemos tudo isso a você." - Bertram novamente encheu Isabella de elogios, ignorando completamente a presença da outra neta ali.

Mariana notou que, desde a chegada de Isabella, os dois homens idosos só tinham os olhos voltados para ela, que lhe dava carinho e atenção incessantes, muito mais do que para ela...

E, no entanto, ela, a outra neta, parecia tão insignificante.

Ela se lembrou de como, quando foi buscar a avó no aeroporto, não recebeu sequer um abraço, apesar de ter ficado ao lado dela por quase uma hora...

Parecia que ela não podia competir com o vínculo de sangue que elas compartilhavam!

E o avô, então, nem sequer a cumprimentou desde que chegou, como se ela fosse completamente invisível...