Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1597

Ela tinha apenas dezoito anos, estava no primeiro ano da universidade, e a loja que possuía era fruto do investimento de seu pai, destinado a lhe proporcionar um dinheiro extra para seus gastos pessoais – que ela gastava integralmente com diversões e prazeres...

"De acordo com a legislação, temos o direito de exigir que vocês cessem as infrações, removam seus efeitos e compensem as perdas...", disse o representante da AIE com um tom grave. "Uma estimativa inicial sugere que a compensação devida por vocês alcança um valor de oito dígitos. Nosso advogado tratará dos detalhes com vocês..."

Oito dígitos???

Quem é que pede um valor de oito dígitos logo de cara???

Nesse momento, mesmo Yvette, com sua limitada percepção, conseguiu entender que Isabella não era uma pessoa comum. Ela olhou para Otília, "Não vai resolver logo isso? Mesmo que tenha que pagar, é o dinheiro do seu pai! Não é melhor manter esse dinheiro 'dentro de casa', se é que me entende?"

Otília, irritada com a postura arrogante dela, pegou seu celular e abriu o código para receber o pagamento, "Cento e noventa e nove, vamos acertar isso agora."

"Você..." Yvette não esperava que Otília fosse tão mesquinha a ponto de discutir por cento e noventa e nove reais. Claramente, ela não era uma pessoa que se pudesse levar a sério. Ela sinalizou para Graciete fazer o pagamento.

Contrariada, Graciete se aproximou, sacou o celular e transferiu duzentos reais para Otília, "Tome, o troco é seu presente!"

Otília devolveu um real via transferência, já que haviam adicionado uma à outra no WhatsApp. De forma fria, ela disse, "Guarde esse real para comprar um cafezinho!"

"Você!!" Graciete e Yvette exclamaram em uníssono, furiosas ao ponto de quererem esfolar Otília viva.

"Quanto à indenização para a AIE, não quero que falte um centavo. Exijo que eles façam uma declaração pública de desculpas!" Disse Isabella, antes de deixar o local com Otília.

"Seu pai sabe que elas te maltratam?"

"No início, meu pai pensava que nos dávamos bem. Mas, com o tempo, Graciete e as outras não conseguiram mais esconder o jogo e se revelaram. Sempre que elas tinham um desentendimento comigo, meu pai tendia a ficar do lado delas... Mas isso só as fez me odiar ainda mais, especialmente a madrasta, que sempre tentou influenciar meu pai contra mim e meu irmão, temendo que voltássemos para reivindicar a herança..."

Na verdade, Otília não tinha interesse na herança, e seu irmão menos ainda...

Mas as manobras da madrasta, da meia-irmã e do meio-irmão eram realmente desesperadoras...

"Eles sempre acham que meu pai me deu muito dinheiro... De fato, no dia em que voltei para casa, meu pai me deu um cartão bancário, mas eu não aceitei."