Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1605

"Sra. Mariana, o almoço está servido." Valéria trouxe a marmita e começou a dispor os pratos na mesa uma a uma.

Parecia que Mariana havia encontrado uma tábua de salvação, perguntou apressadamente, "E meus pais? Onde eles estão? O que eles têm feito a manhã toda??"

Valéria se assustou quando Mariana agarrou sua mão de repente.

"Depois de eu ter trazido o café da manhã para a Sra. Mariana, ajudei os outros a limpar os galhos que o jardineiro cortou, pois todas as árvores do jardim precisavam ser podadas... Só voltei para a casa principal perto do meio-dia e vi o Senhor e a Senhora voltando de uma caminhada pelo jardim, e então eles estavam no sofá, mandando... mandando..."

Valéria hesitou, sem coragem de continuar.

"Mandando o quê?" Mariana estava claramente ansiosa. "Fale logo, não precisa esconder!"

Valéria, a contragosto, continuou, "Eles estavam enviando mensagens de voz pelo WhatsApp para a Sra. Isabella, perguntando se ela já tinha almoçado, para não se cansar demais, se havia algo que ela gostaria de comer, que eles poderiam pedir para o cozinheiro preparar e levar até ela... Enfim, estavam bem preocupados com a Sra. Isabella."

Mariana ficou chocada e surpresa, "Então, você viu eles enviando as mensagens de voz pelo WhatsApp??"

"Sim, eu ouvi o som delas sendo enviadas... era WhatsApp mesmo, a Sra. Isabella também respondeu." Valéria não entendia a expressão de derrota e desalento no rosto de Mariana e perguntou, confusa, "Sra. Mariana, você está melhor hoje? Tomou o remédio para a febre? A febre baixou? Está se sentindo melhor??"

Mariana não esperava que, naquele momento, a única que se preocupava com ela era uma empregada que não tinha nenhum laço de sangue...

Um sorriso irônico surgiu nos cantos de sua boca, um misto de tristeza e relutância enquanto perguntava, "Você realmente viu meus pais enviando mensagens pelo celular??"

Valéria não entendia por que ela insistia nessa pergunta, "Eu vi com meus próprios olhos, eles conversaram por um bom tempo... uns vinte minutos, mais ou menos. Sra. Mariana, o que aconteceu??"