Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1636

Às dez e meia da noite, Isabella entrou no carro de Agenor.

A Cidade Subterrânea das Sombras era um segredo bem guardado, escondido num canto de uma estação de trem abandonada. Havia um enorme outdoor discreto que, ao ser empurrado, revelava a entrada da Cidade Subterrânea das Sombras.

Agenor apresentou um QR Code, e um funcionário loiro de olhos azuis, após reconhecê-lo, permitiu que passassem pela segurança. Confirmado que não portavam armas, foram autorizados a entrar.

À frente, um corredor escuro se estendia, ladeado por homens armados. Ao abrir a porta no final do corredor, finalmente adentraram o verdadeiro cenário principal.

O lugar estava fervilhando de vozes.

No centro do anfiteatro circular, havia uma enorme gaiola onde um lutador de mais de cem quilos estava prestes a enfrentar uma fera feroz.

Os gritos do público eram ensurdecedores.

"Mata! Mata! Mata!"

A besta, já com vantagem de peso e sendo um carnívoro faminto há dias, lançou-se sobre o lutador, rasgando seu braço com garras longas, enquanto rugia furiosamente como se a presa já estivesse garantida.

A plateia estava em êxtase.

Para eles, "violência" e "sangue" eram requisitos básicos; vieram em busca de emoção.

Isabella sabia da existência desses ringues clandestinos em vários lugares, mas não imaginava que fossem tão sangrentos e brutais, organizando uma batalha entre homem e fera para satisfazer o frenesi dos espectadores...

Havia escadas que levavam às arquibancadas e alguns elevadores vigiados por funcionários.

Os elevadores levavam às cabines do andar superior, reservadas apenas para os de status privilegiado.

"Tão direta assim?" A voz do homem era agradavelmente suave, com um tom brincalhão. Na penumbra, Isabella não conseguiu ver seu rosto, apenas ouviu sua voz sedutora perguntando, "Quer?"

"Que bobo..." A mulher fez beicinho. "O senhor fala de uma maneira tão direta, me deixa até sem graça..."

"..." Isabella não tinha interesse em quem eles eram, mas viu que a placa na parede indicava que as cabines acima do número 10 ficavam à direita, precisamente por onde eles estavam.

"Com licença." Eles bloqueavam o caminho, com alguns seguranças atrás do homem.

"..." A mulher não esperava que alguém interrompesse seu flerte com o Sr. Joelton. Não viu que ela estava seduzindo o Sr. Joelton?

Essa pessoa realmente era cega, pedindo que o Sr. Joelton desse passagem?

Mas Joelton, com um braço ainda envolvendo a cintura delicada da mulher, trazendo-a para mais perto, observou com interesse a jovem que passava por eles.