Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1691

Devido ao ângulo em que a bala entrou, ela não foi diretamente para o coração, mas ficou envolvida pelo músculo cardíaco, mudando ligeiramente de direção com cada batida do coração.

Desde que o Sr. Joelton foi baleado, ele agiu como se nada tivesse acontecido, continuando sua vida normalmente. Todos que o viam ainda sentiam o mesmo medo de sempre...

Mas às vezes, ele sentia aperto no peito, palpitações, tonturas, falta de ar...

Nos meses seguintes, um grupo de resgate formado por sete ou oito renomados médicos tentou várias abordagens, mas ninguém podia garantir que a bala seria removida com 100% de segurança.

Como a bala, além de causar desconforto, não ameaçava a vida do Sr. Joelton e não interferia em sua rotina, alguns médicos sugeriram não operar, apenas medicar quando necessário.

Com o passar do tempo, o desconforto do Sr. Joelton só aumentava, tornando o tratamento conservador inadequado para ele.

Esse também era um dos motivos pelos quais ele não voltava para casa.

Um homem que não sabe quando pode morrer repentinamente, imagina se sua família o visse cair...

Quão devastados ficariam seus pais e irmãos...

"Não é como se não houvesse solução," disse o médico novamente. "Dizem que no Brasil há um médico incrível chamado Dácio, que já operou muitas personalidades... Dizem que não há caso difícil para ele, e que a lâmina da morte não é tão rápida quanto a sua na hora de salvar vidas. Se conseguíssemos encontrá-lo, talvez houvesse uma chance."

"Dácio..."

Esse nome não era novidade para Esdras.

Há muito tempo, ele já havia enviado pessoas para procurá-lo, mas o médico habilidoso era evasivo, e até agora, seu paradeiro era desconhecido...

Agora que o Sr. Joelton estava inconsciente, mobilizar uma grande equipe para encontrá-lo parecia uma busca sem fim...

Foi então que ele se lembrou daquela jovem da noite anterior. Será que ela realmente entendia de medicina? Seria capaz de operar o Sr. Joelton?

Sua calma e confiança eram tão convincentes que era difícil não acreditar...

Mas esse pensamento durou apenas um segundo antes de ele achar que estava enlouquecendo.

Esdras ficou atordoado, levando algum tempo para entender, "Você está falando daquela jovem... Você quer que ela o examine?"

Joelton corrigiu, "Não, para fazer a cirurgia."

"Deixar uma jovem desconhecida, com quem já tivemos alguns desentendimentos, realizar sua cirurgia..." Esdras achava que o Sr. Joelton estava delirando devido à dor, considerando até mesmo uma jovem para uma tarefa tão crítica...

"Sr. Joelton, ainda não sabemos nada sobre ela..."

Lembrando-se da confiança no rosto dela, Joelton estava tranquilo, "Faça como eu disse."

Ele não acreditava que ela ousaria falar tão abertamente sem ter certeza...

Ela devia estar segura de si.

As palavras de Joelton não deixavam espaço para argumentos, então Esdras, sem outra opção, pegou o telefone para ligar para aquele número desconhecido.