Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida romance Capítulo 1712

"Para ser sincero, a atriz que eu gostava já está comprometida, acabei de descobrir," disse Ubaldo, terminando seu café como se fosse um copo de cachaça, visivelmente abatido.

"Que coincidência, o piloto de quem eu gostava também já tem alguém..." Ovídio pegou outra xícara de café e a bebeu de uma só vez.

"Então, nós dois estamos sofrendo por amor hoje?"

"Não é só por amor, ainda por cima tivemos que engolir a felicidade alheia..."

Eles se olharam com empatia, batendo nas costas um do outro em sinal de consolo.

"Não tem problema, em todo lugar tem gente boa."

Embora dissesse isso, Ovídio sabia no fundo que aquela pessoa especial era única em todo o mundo. Uma vez perdida, jamais seria encontrada outra igual.

"Não fique assim, você encontrará alguém melhor."

Apesar de tentar consolar o amigo, Ubaldo sabia que seria impossível encontrar alguém tão incrível quanto Isabella novamente.

Nesse momento, ambos se sentiram ainda mais desanimados. Suspirando em silêncio, tocaram suas xícaras de café e beberam todo o líquido, tentando afogar seus sentimentos.

Depois que Célio levou Isabella de volta ao hotel e fechou a porta, ele a confrontou imediatamente.

"Eu nem sabia que você tinha ganhado o campeonato de corrida."

Ao ouvir isso, Isabella levantou seus olhos brilhantes e perguntou, "Foi o Ovídio quem te contou?"

Será que ele tinha olhado para ela daquela forma na cafeteria por causa disso?

"Se eu não tivesse perguntado, ele não teria dito nada. Você sabe o quão perigosas são essas corridas clandestinas? Não são pistas regulamentadas, não há juízes justos, tudo depende da consciência de cada um, e alguns não têm consciência nenhuma. E se você se envolver com esse tipo de gente, o que vai fazer?"

"Eu não vou me machucar," Isabella tentou tranquilizá-lo. "Correr é só um hobby para eles, mas comigo é diferente."

"Vamos ter outras oportunidades." Célio afagou seu rosto macio, e nesse momento, o celular dela tocou.

Era Agenor.

"Pode atender, vou pegar algo para você comer."

Ele tinha trazido várias gostosuras do Brasil em sua mala.

Naquele momento, Célio deixou-a à vontade, mostrando confiança e dando espaço.

Vendo ele se afastar, Isabella sentiu seu coração aquecer, pegou o celular e deslizou o dedo pela tela.

"Chefe, esse Sr. Joelton é bem apessoado, mas como ele assina de maneira tão descuidada, mal dá para saber o nome dele..." A voz de Agenor soou do outro lado do telefone.