Bebezinhos, A Mamãe Chegou！ romance Capítulo 654

Nina já tinha sofrido demais ao longo dos anos, e ela sabia muito bem que a verdade, para ela, já não importava mais. Afinal, Rodolfo nunca havia realmente acreditado nela.

Então, por que se dar ao trabalho de explicar tanto?

Conseguir sair de Liberdade com seus três filhos era, para Nina, o melhor desfecho possível.

Ela arrumou a caixa de primeiros socorros, colocando-a em um lugar bem visível, e instruiu Rodolfo: "Tente não molhar o ferimento nas costas, troque o curativo uma vez por dia. Vou ver as crianças e qualquer coisa a gente se fala amanhã."

"Tá."

Rodolfo não olhou para Nina, não até ela ter saído.

A porta se fechou suavemente, deixando o grande quarto mergulhado em um silêncio sem voz, estranhamente pacífico, o que provocou em Rodolfo um sentimento de opressão indescritível.

Seu quarto ainda estava cheio de coisas de Nina, com as roupas dela ocupando metade do guarda-roupa, além de várias joias e bolsas. Rodolfo não tinha tocado em nada disso, e parecia que Nina também não planejava levar essas coisas.

Rodolfo acendeu um cigarro, observando as folhas que caíam com o vento, espalhando-se pelo chão, sentindo uma complexidade de emoções.

Ele realmente queria ver as crianças, mas ao chegar à porta do quarto de hóspedes, parou, incerto de como enfrentar Eron e Elio. Se entrasse naquele momento e eles perguntassem por que ele queria se divorciar de Nina, Rodolfo percebeu que não sabia o que responder.

Ele não queria que os filhos o odiassem, desejava que Eron e Elio o amassem profundamente como pai.

Mas isso era apenas o que ele queria no coração. Ele havia falhado com Nina e com as crianças, mas, mais ainda, havia falhado com Stella.

Rodolfo, parado do lado de fora do quarto por um bom tempo, acabou não tendo coragem de abrir a porta.

Os empregados que passavam cumprimentavam Rodolfo, que fingia estar bem, respondendo brevemente antes de se afastar.

Nina já tinha arrumado todas as coisas importantes deles em pacotes grandes e pequenos. Quanto aos brinquedos e roupas que Rodolfo havia comprado para os meninos, ela não levou. Poderia comprar coisas novas para as crianças com seu próprio dinheiro, especialmente porque agora tinha recursos limitados e não podia levar tudo.

Alci, sempre muito comportado, ficou ao lado de Nina ajudando a arrumar as coisas. Ao ver Nina parar, Alci perguntou: "Mamãe, falta arrumar mais alguma coisa?"

"Já está quase tudo," Nina verificou cuidadosamente, parecia que já tinha pego tudo que era necessário.

Alci perguntou: "A gente vai deixar este lugar?"

Nina sorriu e respondeu: "Sim, Alci, você quer ir embora daqui?"

Alci respondeu: "Uh-hum, quero voltar para nossa casa, morar com a mamãe e meus irmãos."

Nina, carinhosamente, bagunçou o cabelo de Alci e disse suavemente: "Certo, amanhã a gente volta para casa."