Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 230

"É claro que você é, Selena."

"Desculpe, eu só..."

"Você só está com medo de que eu o confunda com ela, certo?"

Selena não tinha como refutar. Ela e ele podiam viver juntos mesmo sem amor, mas sem confiança - isso era o mais assustador.

As paisagens mais belas, na verdade, têm um fundo de tristeza.

Porque são efêmeras, e ninguém pode preservá-las para sempre.

Selena se sentou ao lado de Lúcio e ele pegou sua mão, acariciando-a. Os dois ficaram em silêncio por um longo tempo até que ele levantou a mão dela e notou o dedo anelar vazio.

Deveria ter havido um anel originalmente.

Ele suspirou e levou a mão dela aos lábios, beijando-a suavemente, especialmente o dedo que antes carregava o anel de noivado que ele lhe dera.

Quando voltaram para a pousada, o céu já estava escuro. Arnaldo ligou para eles, dizendo que passaria a noite no hospital com Nara Machado e que eles não precisavam ir.

Arnaldo mal havia desligado o telefone quando Nara Machado ligou novamente, preocupada com os hóspedes do segundo andar, na ala oeste.

"Naquele quarto está hospedado um casal jovem que acabou de terminar o relacionamento. Mas, segundo eles, até a separação precisa ter um ritual, então decidiram fazer uma viagem de despedida. Jovens são temperamentais, cheios de ressentimentos um pelo outro, então brigam e discutem todos os dias. Já quebraram quase tudo no meu quarto. Se eles começarem a exagerar, deem um jeito de acalmá-los, só não deixem que destruam a minha pousada."

Nara Machado mal havia desligado o telefone quando ouviram um estrondo no segundo andar, seguido de uma discussão acalorada.

Selena fez uma careta e comentou: "Se separaram, precisam mesmo de uma turnê de despedida? Estão se torturando ou torturando um ao outro?"

Lúcio, enquanto consertava a mesa com uma chave inglesa, olhou para cima: "Eles acabaram de se formar na faculdade. O rapaz conseguiu um bom emprego em Cidade Solarna, e a moça tem uma oportunidade de trabalho estável em sua cidade natal, imposta pela família. Ele não quer se mudar para a cidade dela, e ela não quer decepcionar a família por causa dele. Eles chegaram a um ponto sem retorno e, em vez de se odiarem, era melhor se separarem de vez."

Ela ergueu as sobrancelhas, achando que os dois eram bastante racionais.

Assim que ela teve esse pensamento, a janela do quarto a oeste se quebrou com um estrondo, seguido por uma mala sendo jogada para fora.