Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 653

A mata não era densa, e ao dar alguns passos, Selena avistou Margarida, que estava escondida atrás de uma árvore, observando algo à distância.

Selena se aproximou um pouco mais e seguiu o olhar de Margarida, avistando um homem de terno beijando uma mulher em um vestido de festa branco.

Embora não pudesse ver claramente, Selena pensou um pouco e deduziu que aquele homem era o marido de Margarida.

Então Margarida estava naquela festa para pegar o marido em flagrante...

Selena suspirou levemente, virou-se com cuidado e começou a caminhar de volta. Em sua memória, Margarida era uma mulher muito orgulhosa; provavelmente não gostaria que alguém a visse naquela situação.

Ao retornar ao seu assento, a Sra. Alves começou a falar. Ela agradeceu aos convidados, explicou o propósito da festa e apresentou o projeto que receberia as doações.

Essas crianças vivem em uma área pobre, onde uma grande correnteza separa suas casas da escola. Para frequentar as aulas, elas precisam atravessar penduradas em um cabo de aço, o que é extremamente perigoso e já causou muitos acidentes.

Para ajudá-las, o objetivo desta arrecadação era construir uma ponte, garantindo-lhes um caminho seguro para a escola.

A Sra. Alves discursava com paixão, e o público ouvia atentamente.

Em dado momento, a Sra. Alves quis convidar uma antiga professora, esposa do ex-prefeito, para falar algumas palavras, mas a professora recusou.

A Sra. Alves continuou a falar, até chamar alguns convidados especiais ao palco, que eram, na verdade, as crianças das fotos. Elas vestiam roupas limpas e, com olhos arregalados e tímidos, ouviam a Sra. Alves descrever suas difíceis condições de vida.

Essa criança perdeu os pais, aquela tem um pai com deficiência, outra tem uma mãe com distúrbios mentais, e assim por diante. Os presentes olhavam para as crianças com simpatia, e alguns até choravam.

Mas Selena só sentia desconforto.

Arrecadar fundos para ajudar essas crianças não deveria transformá-las em objetos de piedade, fazendo com que percebessem ainda mais suas desvantagens e se tornassem ferramentas para demonstrar a caridade de outros.

"Sra. Alves, basta, deixe as crianças irem brincar", interrompeu a velha professora.