Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 690

"Ele está andando desde que acordou, já faz algumas horas, nem almoçou hoje." Uma funcionária do asilo falou para Alberto.

Alberto franziu a testa e murmurou baixinho: "Está ficando doido de novo."

Os surtos de Alberto eram intermitentes, e apesar da confusão, ele nunca foi agressivo. Por isso, podia ficar num asilo comum.

O filho de Alberto foi até ele com passos largos e o segurou pelo braço.

"Você pode facilitar um pouco pra mim? Por que não almoçou? Fica rodando essa árvore pra quê? E o que fica falando aí, hein?"

Vieram várias perguntas de uma vez, mostrando o quanto ele estava impaciente.

Mas, tão jovem e já tendo que cuidar do pai, não era fácil pra ele também.

Alberto nem ligou pra ele, queria continuar andando em círculos, mas o filho o puxou com força e o sentou no banco de madeira.

"Olha aqui, ainda reconhece ela?"

O filho de Alberto apontou para Margarida.

Alberto nem prestava atenção, continuava de cabeça baixa, murmurando coisas que ninguém entendia direito.

Ao ver Alberto, Margarida sentiu as lembranças do passado invadindo sua mente, uma atrás da outra.

Ela se abaixou, tentando falar com calma: "Dr. Cruz, o senhor ainda se lembra de mim?"

Quando ouviu a voz, Alberto ficou paralisado. Depois de um longo tempo, levantou a cabeça devagar. Quando viu o rosto de Margarida, seu semblante mudou e ele tentou agarrá-la pelo pescoço.

Ainda bem que Selena reagiu rápido e puxou Margarida para longe.

"O que é isso agora, pai? Pirou de vez?"

O filho de Alberto tentou contê-lo e colocá-lo de volta no banco, mas ele se debatia com força e fazia barulhos estranhos, como se estivesse bufando.

Dessa vez, porém, o filho de Alberto não respondeu. Xena, ouvindo tudo, sentiu talvez uma pontinha de esperança pelo fato de Margarida estar ali.

"Dr. Cruz, naquele dia eu não fui ao seu escritório, nem tirei a roupa. Você disse que alguém viu, quem era essa pessoa?" Margarida perguntou com a testa franzida.

"Foi você, claro que foi você!"

"Não fui eu." Margarida disse, sílaba por sílaba.

"Você só queria ir embora do país…"

"Naquela época, eu já tinha conseguido emprego. Mesmo se me dessem bolsa pra estudar fora, eu não iria, porque precisava trabalhar pra pagar o tratamento do meu pai."

Ao ouvir isso, Alberto ficou surpreso.

"Você está dizendo que não foi você?"