Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 727

A noite estava densa, especialmente naquele beco: silêncio e escuridão total, como se tudo ali pertencesse a outro mundo.

Evaldo não respondeu, apenas se aproximou, passo a passo, encurralando-a.

Margarida sentiu que algo ruim ia acontecer e tentou sair correndo, mas ele a agarrou com força e a jogou bruscamente de volta. Sua cabeça bateu na parede com tanta violência que ela perdeu o equilíbrio, e quando percebeu, já estava caída no chão, completamente sem forças.

"Evaldo, a gente acabou de conversar, você concordou com a separação... Por que está fazendo isso, você... ah..."

Ela não terminou de falar. Evaldo desferiu um chute em seu ombro, fazendo-a tombar de costas no chão, sem conseguir se sustentar.

Logo, o rosto dele, tomado por uma fúria assustadora, surgiu diante de seus olhos. Margarida nunca tinha visto Evaldo assim, mas no fundo sabia: esse era seu verdadeiro lado.

"Por favor, não faz isso... Eu... eu preciso ir pra casa, Eliseu está lá, ele vai ficar com medo."

Na tentativa de amolecer Evaldo, ela mencionou Eliseu, mas, ao receber um soco no rosto, percebeu que a criança não significava nada para ele.

Aquele era o fim do beco, um lugar onde nem durante o dia passava muita gente, quanto mais à noite.

Margarida gritou por socorro até ficar rouca, até não sentir mais forças para se levantar — mas ninguém apareceu para ajudá-la.

Não se sabia quanto tempo aquela violência durou. Quando Margarida achou que seria morta ali mesmo, tudo parou de repente. Evaldo recolheu os punhos, ajeitou as mangas da camisa e arrumou o cabelo e as roupas com calma. Depois se agachou e, olhando para Margarida com o rosto coberto de sangue, soltou um suspiro.

"É a primeira vez que eu te bato, não é?"

Margarida tinha um olho tão inchado que não conseguia abrir, o outro via tudo através de uma névoa de sangue. Evaldo estava ali, a expressão suavizada, como se sentisse pena dela, escondendo a violência atrás de uma falsa ternura.

"Monstro... pervertido..."

Ela reuniu forças para gritar essas palavras, e, ao ver Evaldo erguer o punho de novo, estremeceu de medo.

"Não tenha medo. Se você se comportar, eu não vou te machucar de novo."

"Eu... vou chamar a polícia..."

"E o que você vai falar pra eles?" ele perguntou, curioso.

"Que você me bateu, olha só pra mim!"

"Demônio, você é um demônio!"

"Acredita em mim, eu ainda te amo."

"Me deixa ir!"

Mas Evaldo não soltou. Quando ela tentou resistir, ele ficou sério, e desferiu um soco forte em sua cabeça. Margarida desabou, tonta, sem forças para se mexer ou gritar.

Ele massageou o punho, depois cobriu seu rosto com o próprio paletó e a pegou no colo.

"Vamos. Estamos indo pra casa."

Margarida estava como um cordeiro levado ao abate, apavorada, sem chance de escapar.

Enquanto saíam do beco, ela ouviu vozes de pessoas passando na rua.

Ela quis pedir socorro, mas nenhum som saiu de sua boca.