Bom Dia, Jornada Linda! romance Capítulo 739

Segundo o relato do chefe, na época, Evaldo entregou um vídeo que ele tinha gravado escondido do lado de fora da sala. No vídeo, dava pra ver uma moça saindo correndo da sala, toda desarrumada, e naquele momento só o Dr. Cruz estava lá dentro.

"Vocês conseguiram ver o rosto da moça no vídeo?"

"Não muito bem, porque ela ficou de cabeça baixa o tempo todo, mas dava pra ver a roupa dela. Especialmente porque, quando saiu correndo, deixou cair um livro didático. O denunciante pegou o livro e entregou para a secretaria acadêmica. No livro, estava escrito o nome 'Margarida'. Quando fomos falar com ela, ainda estava usando a mesma roupa. Por isso tivemos certeza que era ela", contou o chefe.

"E só com esse vídeo vocês tiveram certeza? O Dr. Cruz não aparece, a estudante também não, e isso é o que vocês chamam de prova irrefutável?" Selena mal podia acreditar no que ouvia.

O chefe abaixou a cabeça, reconhecendo que, pensando agora, tinham sido precipitados.

Selena logo pensou em outra coisa: e se a estudante no escritório do Dr. Cruz não fosse Margarida? Quem seria então?

A resposta parecia óbvia: Sônia.

Mas por que eles teriam armado tudo isso? O que ganhariam prejudicando a Margarida?

Naquela noite, em casa, Selena não conseguia pensar em outra coisa, nem durante o jantar, nem brincando com Luiza. Nem ouviu Lúcio Reis chamando ela.

"Está com algum problema? Quer conversar? Talvez eu possa ajudar", disse Lúcio, puxando-a para o quarto.

Selena, já com a cabeça a mil, contou tudo o que sabia para Lúcio.

"Margarida não representava ameaça alguma pra eles, então por que armar tudo isso...?"

Lúcio franziu a testa, pensou um pouco e falou: "Eles gravaram o vídeo, denunciaram o Dr. Cruz e a sua colega, o caso se espalhou, a esposa do Dr. Cruz ficou sabendo e acabou se jogando do prédio. A morte dela foi considerada suicídio, todo mundo achou que não tinha suportado a traição do marido. Juntando tudo, parece que o objetivo era esse mesmo."

Os olhos de Selena brilharam: "Então eles fizeram tudo isso para matar a esposa do Dr. Cruz e encobrir o crime como se fosse suicídio."

"Acho que sim", respondeu Lúcio.

"Sônia? Quem é ela?"

"A secretária-geral da Fundação H."

"Então foi ela e o Evaldo que mataram minha esposa?"

"É só o que imagino, ainda não tenho provas."

Para pessoas comuns como eles, encontrar provas seria difícil e perigoso. Selena sugeriu que Dr. Cruz fosse à polícia.

Mas, como o caso já tinha mais de dez anos e a morte de Dona Cruz tinha sido registrada como suicídio, não sabiam se a polícia iria reabrir a investigação.

O que Selena não esperava era que, no dia seguinte de manhã, Dr. Cruz ligou dizendo que estava na delegacia. Ela pensou que ele tinha ido denunciar o caso, mas, na verdade, ele tinha sido preso.