Casado à Primeira Vista romance Capítulo 3618

Nacho sentia muita falta da mãe, mas ainda assim não queria passar as férias de inverno com ela e preferiu ir para a Mansão FC com a tia. Isso acontecia porque Riona era fria demais para ele. Ele até gostava de visitar por alguns dias, ver a neve e montar um boneco, mas morar lá por muito tempo era algo com que simplesmente não conseguia se acostumar. Depois de ver a neve e se divertir um pouco, para ele já bastava.

"Já chupei minha bala de hortelã, então agora posso aproveitar a vista aqui na Mansão dos Reis. Vamos dar uma volta antes de voltarmos para dentro. Os homens estão todos reunidos, discutindo negócios sem parar."

Todos eram figuras importantes em seus respectivos campos, com muitos assuntos em comum. Era raro se encontrarem, então, mesmo que estivessem ali para tratar do caso da Belinda, valorizavam esse breve momento juntos. Assim, o passeio que era para ser de duas pessoas acabou virando uma caminhada com cinco. Ainda assim, conversavam animados.

Belinda, por outro lado, não estava vivendo um momento tão tranquilo. Depois de voltar do cemitério da família Eduardo para o centro da cidade, pretendia ir direto para a Mansão Eduardo para questionar Ivana, caso tivesse descoberto algo e contado para alguém. Porém, ela recebeu uma ligação da secretária pedindo para que voltasse imediatamente ao escritório, pois havia vários policiais lá.

Por que a polícia estaria atrás dela? Belinda teve um mau pressentimento. Seus homens realmente possuíam armas de fogo de forma ilegal—será que o lado de Lília havia descoberto e a denunciado? Ao lembrar que, além de sua pistola particular, o restante das armas estava nas mãos do Sr. Esquivel, Belinda se acalmou.

Sua pistola era algo que nem Ireneu sabia, muito menos seus filhos. Nunca a usara. Apenas a adquiriu porque teve a oportunidade, numa época em que a legislação era mais flexível, e a manteve escondida desde então. A menos que seres sobrenaturais estivessem envolvidos—com capacidade de enxergar a quilômetros de distância e ouvir sussurros—seria impossível descobrirem sua arma secreta.

Belinda pensou que, já que ninguém sabia das armas que ela escondia há décadas, a visita da polícia provavelmente não teria relação com isso. Era possível que o lado de Lília tivesse denunciado alguma infração ou má conduta da Empresarial Eduardo, mas, mesmo assim, seria preciso apresentar provas.

Sem provas, ela não tinha medo algum. Andréa e Casemiro a culpavam pela morte de Tessa, mas sem evidências, ela jamais admitiria. O que poderiam fazer se ela negasse tudo? Ser caluniada não a assustava. Afinal, ao longo de mais de cinquenta anos, já tinha enfrentado muitas calúnias e continuava vivendo bem. Poucos tinham desfrutado de tanta liberdade quanto ela.