Casados à Primeira Vista romance Capítulo 22

Antes de ligar o carro, Kevin ergueu a mão e tocou suavemente o canto da boca. Havia um leve sorriso em seus olhos frios. Karen finalmente se parecia um pouco mais com o que era três anos atrás.

O carro saiu devagar do estacionamento e rapidamente se misturou ao tráfego intenso da cidade, mas, dentro do veículo, a atmosfera estava tão pesada que até mesmo a respiração dos ocupantes parecia muito alta.

Karen endireitou-se e olhou pela janela. Ela não se atreveu a encarar Kevin diretamente, mas, ainda assim, ela não conseguia evitar um olhar de soslaio de tempos em tempos.

Ele estava muito sério enquanto dirigia, olhando fixamente para a frente como se nada tivesse acontecido minutos atrás.

Ela comprimiu os lábios e resmungou por dentro. Que homem de coração frio!

Meia hora depois, o carro parou em frente a um arranha-céu.

Kevin entregou as chaves do carro ao manobrista e entrou no saguão do prédio com Karen.

O arranha-céu tinha 69 andares. Quando foi concluído, era o edifício mais alto de Chatterton, o que o transformou em um marco histórico da cidade por muitos anos.

O arranha-céu estava localizado no movimentado centro comercial de Chatterton. Havia muitas pessoas, muitos carros e muitos edifícios naquela região. Era famoso por seu restaurante panorâmico giratório, localizado na cobertura do prédio.

Muitos turistas adquiriam ingressos apenas para entrar no restaurante, pedir uma xícara de café e sentar-se em silêncio, a fim de apreciar a bela paisagem do Porto Temsin, do outro lado do rio Chatterton.

Karen já estivera lá antes, quando fora para Chatterton com Faye. Na época, o ingresso para entrar no prédio já custava 80 dólares, e o preço das refeições na área do restaurante com vista panorâmica era incabível.

No entanto, mesmo sendo caro, ainda havia uma infinidade de clientes que visitavam o restaurante todos os dias. Eles nunca deixavam de ir.

Naquele dia, Karen ficou surpresa. Ainda não eram nem oito horas da noite, mas, ao esperar pelo elevador, ela não viu mais ninguém por perto.

Enquanto ela refletia, uma mão grande e quente segurou sua mão novamente. Kevin a guiou para o elevador VIP e foram direto para o último andar.

A mão dele estava muito quente. Ou talvez fosse a mão dela que estivesse muito fria. Quando ele segurava-a desse jeito, Karen gostava muito da sensação que ele passava para ela.

Ela olhou para ele e sorriu: "Kevin, você está me trazendo aqui para jantar?"

Ele encarou a porta do elevador, endireitando-se. Quando Karen achou que ele não responderia, ela o ouviu dizer: "Ã-hã."

Foi apenas um pequeno som "ã-hã", mas para Karen era o suficiente. Ele era um homem de poucas palavras, e aquela não era a primeira vez que ela havia notado essa sua característica.

Sem demora, o elevador chegou ao último andar. O restaurante estava sempre lotado, mas, naquele dia, parecia vazio. Com exceção da equipe, não havia ninguém por perto.

O salão estava coberto de rosas de várias cores, com uma mesa colocada no centro. Sobre a mesa, as rosas estavam dispostas em formato de coração. O cenário parecia um sonho, alumiado por uma luz quente.

"Sr. Kyle, Sra. Kyle, por aqui, por favor." Disse, educadamente, uma bela garçonete, que não olhou para Karen em nenhum momento.

Os olhos da garçonete estavam praticamente cravados em Kevin, como se ela não se importasse com a presença de Karen.

Karen ponderou: "Quando uma mulher é bonita, ela é perigosa. Quando um homem é bonito, ele é um demônio! Essa mulher está olhando para ele de forma mais inconveniente de que quando um homem examina uma bela mulher."

Kevin parou de repente e olhou friamente para a garçonete. "Peça ao seu gerente para vir."

A garçonete sorriu e disse: "Sr. Kyle, sou responsável por este restaurante."

Ele ergueu as sobrancelhas e disse, sombriamente: "É hora de mudar responsável por este restaurante."

A garçonete não sabia se ria ou chorava, mas se manteve profissional. Ela se forçou a sorrir e disse: "Sr. Kyle, Sra. Kyle, por favor, entrem. Vou pedir que outra pessoa os atenda."

Depois de se sentar, Karen não pôde deixar de rir.