Casados à Primeira Vista romance Capítulo 38

A jovem ergueu a cabeça e disse com raiva: "Tenho 18 anos e não sou mais uma criança. Por que você pode fazer o que quiser? Por que ainda quer controlar o que eu faço?"

Kevin disse com seriedade: "Só porque sou o seu irmão".

"E daí que você é o meu irmão? Isso significa que pode me jogar na piscina? Significa que pode ser mau comigo?" Enquanto dizia isso, a garota chorava alto e soluçava sem se importar com a própria aparência.

"Não adianta chorar. Se continuar com essa atitude, vou mandar você de volta pra casa, te deixar de castigo olhando pra parede por três meses, e mandar você escrever um pedido de desculpas de 300 linhas." Sabendo que a jovem estava apenas fingindo estar chateada, Kevin manteve a calma e não se deixou enganar pelas lágrimas dela.

"Você me odeia e não me quer mais. Além disso, sempre me maltrata..." Quanto mais ela falava, mais chorava.

"Não muda de assunto. A gente tá falando sobre o que aconteceu hoje à noite", insistiu o homem.

"Você tá me maltratando." A garota enxugou os olhos, que estavam vermelhos, e olhou feio para Kevin.

Furioso, ele exclamou: "Mia Kyle!"

A jovem esfregou os olhos e gritou: "O que foi? Não posso falar a verdade agora?"

"Se controla. Amanha você vai voltar pra Europa. Aprende a ter educação, aprende a respeitar os mais velhos e aprende o que é integridade. Se você ainda não conseguir aprender essas coisas, pode ter certeza de que nunca mais vai sair de novo." Depois de dizer isso, Kevin se levantou e saiu, sem dar uma chance para a garota responder.

Mia estava tão ansiosa que disse: "Kevin, quem te deu o direito de fazer isso? Tenho 18 anos e sou uma adulta agora. Você não pode interferir na minha liberdade."

O homem parou e se virou. "Quando você chama alguém mais velho pelo nome, não tá demonstrando o devido respeito. Vai ficar de castigo por mais um mês e vou mandar você escrever mais 100 linhas."

"Kevin..."

"Cinco meses!"

Mia gritou de raiva, mas não se atreveu a dizer mais nada.

Ela também sabia que o irmão nunca mudaria de idea. Quando a jovem fazia algo errado, as outras pessoas da família talvez pudessem deixá-la se safar, mas o irmão nunca era tão indulgente.

Ele cuidava dela desde que a garota era criança. Era sempre a mesma história: "Não pode fazer isso, não pode fazer aquilo". Quando ela se levantava, devia manter a postura perfeita. Quando se sentava, devia manter a postura perfeita. Se a jovem se comportasse de maneira inadequada, precisaria aprender a etiqueta de novo.

Quando Mia era pequena, Kevin já era jovem. Foi por isso que ele teve tempo para cuidar dela.

Agora que ela já tinha 18 anos e ele 28, por que o irmão não arrumava uma namorada? Por que ainda queria controlar a irmã?

Esse homem de coração frio tinha coragem de punir uma menina tão bonita como ela. Ele merecia passar o resto da vida sem ser amado por qualquer outra garota.

"Senhorita, o jovem mestre está fazendo tudo isso para o seu próprio bem." Tia Anne, a babá da família Kyle, se aproximou e, sorrindo, afirmou: "Ele te ama muito, então nunca poderia te maltratar".

"Tia Anne, até você defende ele. Eu quero morrer." Mia ficou furiosa. Se ela estava de castigo, o que faria com a carreira de atriz que havia acabado de começar?

A mulher sorriu e disse: "Senhorita, saia daí logo. Se não sair agora, vai pegar um resfriado. Aí, vai precisar tomar remédio".

Ao ouvir a palavra "remédio", Mia saiu o mais rápido possível da piscina e pediu que a tia Anne a ajudasse a vestir o roupão.

A mulher continuou: "Senhorita, vou acompanhá-la ao quarto para você tomar um banho. Mais tarde, vou tentar convencer o jovem mestre a diminuir a sua punição".

Mia não tinha coragem de pensar nisso, porque, desde jovem, quando ele a pegava fazendo algo errado, fazia questão de puni-la.

Mas agora ela era uma adulta. A garota tinha que lutar pela carreira de atriz dela, não importava o que acontecese.

Depois de tomar um banho, Mia vestiu um pijama limpo e quente.

A jovem tinha apenas 18 anos, e seu lindo rosto era rosado e delicado. Ela era muito atraente.

Mia encostou a cabeça na porta e esperou um pouco para ver se ouvia alguma coisa. Em seguida, respirou fundo e bateu na porta. Foi só quando ouviu-o dizer "entra" que ela teve coragem de abrir e entrar.

A garota foi até a mesa do homem e abaixou a cabeça. "Kevin..."

Ele olhou para ela, que não estava mais usando maquiagem. Parecia até que estava mais bonita agora. Sem perceber, ele falou em um tom mais calmo. "Qual é o problema?"

"Nada" Mia foi com pressa até as costas dele e as massageou suavemente com os punhos. "Você deve estar cansado de trabalhar. Vou fazer uma massagem pra você relaxar."

O homem afastou a mão dela e afirmou: "Se você não tiver nada pra fazer, vai dormir cedo. O seu vôo pra Europa é amanhã de manhã".

"Kevin, acabei de conseguir um papel em uma série de TV. Já assinei o contrato e tô esperando pra entrar no elenco." Mia sorriu descaradamente.

Após ser oprimida por tantos anos, ela enfim entendeu que deveria aprender a se adaptar.

"Vou mandar alguém resolver isso pra você." Kevin não pretendia deixá-la participar disso de jeito nenhum. Os jovens da família Kyle nunca poderiam se envolver na indústria do entretenimento.

Fazia apenas meio ano que a garota estava na indústria, e já se vestia daquela forma e dançava com homens. Se ela tivesse ficado mais tempo, era possível que tivesse feito algo pior.

Mia ficou tão ansiosa que cerrou os dentes e enfatizou: "Eu já assinei o contrato. Se ele for quebrado, vou ter que pagar uma indenização enorme".

"E eu já disse que vou mandar alguém resolver isso pra você." O tom de Kevin era sério. Ele era como um pai ensinando uma lição aos filhos desobedientes.

"O que te dá o direito..."

"O que?" Interrompeu-a o homem, erguendo as sobrancelhas.

"Tá bom, eu volto. Mas vou contar tudo pro vovô quando chegar lá, e vou contar que você continua me maltratando. Você vai ter que se ver com ele!" Mia sabia que o irmão não mudaria de ideia, então parou de tentar. A única opção dela era pensar em outra saída.

A jovem nunca voltaria para a Europa. Portanto, teria que pensar em outra forma de ficar ali. Ela jamais deixaria o irmão conservador e antiquado pegá-la outra vez.

Depois que Mia saiu do escritório, Kevin chamou a tia Anne e lhe pediu que preparasse uma tigela de sopa de gengibre para a irmã, para que ela não pegasse um resfriado.

Depois de conversar com a tia Anne, o homem continuou com o trabalho e ficou ocupado até uma hora da manhã.

Antes de ir para a cama, ele foi ao quarto de Mia para se certificar de que ela estava bem coberta.

"Quando que você vai crescer, menina? Quando vai parar de fazer os outros se preocuparem com você?" Kevin tocou a testa dela, e sorriu com os olhos da maneira mais gentil possível. O tom dele estava cheio de amor.

Ele acariciou a testa dela e disse: "Durma bem. Vou te mandar de volta pra Europa amanhã, porque não tenho tempo pra cuidar de você aqui".

Depois disso, ele arrumou as cobertas dela, levantou-se e saiu.

"Zach Becker..."

Assim que chegou à porta, ouviu Mia murmurar esse nome enquanto dormia. A expressão dele tornou-se sombria de repente, e ele parecia muito assustador.

No dia seguinte, Kevin estava sentado na sala, lendo o jornal e esperando Mia se levantar para que os dois fossem tomar o café da manhã juntos. Pouco tempo depois, a tia Anne desceu correndo, desesperada. "Jovem mestre, a senhorita Mia sumiu!"

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