"Diretor Kevin?" Gritou May, como se tivesse descoberto um novo planeta. "Você não acha que ele parece o diretor Kevin de costas?"
A princípio, Karen não estava interessada nas fofocas do mundo do entretenimento, mas, quando ouviu o que May disse, ela não pôde se controlar e entrou no Twitter.
A vida amorosa de Polaris estava na página principal da rede social, e havia algumas fotos em anexo.
Na primeira foto, a jovem estava sendo carregada por um homem. Na segunda, os dois estavam de costas e pareciam estar se beijando. Na terceira, o homem a carregava para dentro de uma mansão.
Embora as fotos só mostrassem as costas do homem, eram costas tão familiares... A mulher as havia visto nessa manhã.
Mas, ainda assim, não havia como ter certeza absoluta de que esse homem era Kevin, então Karen se consolou com essa desculpa.
No entanto, ela não era a única que pensou nessa possibilidade; todos no escritório pensavam que aquele homem de costas parecia o diretor.
No final, a mulher confirmou que o homem era Kevin porque havia um terno cinza-prata sobre a garota, e esse era o terno dele. Karen o conhecia havia um tempo, e só ele usava essa cor.
Os outros funcionários já haviam se reunido para fofocar: "Essa menina acabou de fazer 18 anos e só virou uma celebridade recentemente! Será que ela é a esposa do diretor Kevin?"
"Não dá pra se casar com 18 anos, então não deve ser."
"Pra ser marido e mulher, não é necessário ter uma certidão de casamento. Já é o suficiente se os dois fizerem amor."
"É verdade, tem razão. Além disso, algumas pessoas pegam a certidão de casamento, mas não fazem amor. São só casais de mentira com uma certidão."
Karen ouviu cada palavra da discussão acalorada, e era como se estivessem falando especificamente dela.
A mulher deu um sorriso amargo. Será que sempre precisaria lidar com traição, não importava onde estivesse?
Na opinião dela, mesmo que não tivessem sentimentos um pelo outro no casamento, eles ainda deveriam ser leais, já que eram marido e mulher.
Fazia apenas um mês que estavam casados, mas ele já teve um caso, o que a fazia se sentir humilhada.
De repente, Karen sentiu uma falta de ar, como se não houvesse oxigênio suficiente no escritório. Ela sentiu um aperto no peito e ficou ofegante.
A mulher falou com Sunnie e pediu permissão para ir embora. Ela precisava sair e dar uma boa caminhada, e também precisava enfrentar a realidade do relacionamento entre ela e Kevin.
Nas ruas, as pessoas iam e vinham. Cada um tinha um lugar onde deveria estar. Ela era a única que caminhava sem rumo, sem saber para onde ir.
Desde que chegou à Califórnia, Karen sentia um certo anseio. Nos últimos três anos, ela deu duro para esquecer as coisas ruins do passado.
O problema era que essas coisas tinham o hábito de reaparecer diante dela de repente, e ela estava mais uma vez passando pela dor de ser traída.
Quando a mulher finalmente conseguia encarar aquela pessoa outra vez, essa desgraça a pegou desprevenida.
Ela até disse a si mesma: "De qualquer jeito, é só um casamento sem amor verdadeiro. Vamos fingir que nada aconteceu e seguir com as nossas próprias vidas como a gente fazia um mês atrás".
Contudo, Karen também tinha o próprio orgulho. Agora que sabia disso, ela não conseguia de forma alguma tentar fingir que nada aconteceu.
"Karen!"
Uma pessoa forte de repente a puxou. A mulher perdeu o equilíbrio e caiu bem nos braços do homem.
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