Casados à Primeira Vista romance Capítulo 88

No quarto, Karen se deitou na cama mas não conseguiu dormir. Ela estava acanhada e envergonhada.

À pouco, ela finalmente tinha tido a coragem de ir para o escritório encontrar Kevin, mas ele a rejeitou.

Ela não acreditava que Kevin não tinha entendido a sua intenção. Ele usou tanta força quando a beijou, e ela até o sentiu...

Karen não queria mais pensar naquilo. Se ela continuasse pensando no assunto, ia perder o sono de vez por causa do constrangimento.

Enquanto ela estava imersa em seus pensamentos, Kevin empurrou a porta e entrou. Apesar de estar andando com leveza para não acordá-la, ela ouviu ele abrindo a porta e indo até a cama.

Ela não conseguia dormir, então não tinha como ele acordá-la.

"Eu o odeio tanto!"

Kevin deitou-se na cama ao lado dela e puxou a colcha para cobri-la. Ela o ouviu suspirar novamente.

Como ele era capaz de suspirar?

Karen ficou irritada e chutou a coxa dele.

Ela era muito forte e, quando o chutou, ela pôde sentir que ele estava ligeiramente atordoado. Ele apenas disse: "Não".

Seu tom era perdido, como um idoso que não sabe lidar com crianças travessas.

Karen retraiu o pé e murmurou, com o rosto vermelho: "Não mexi com você".

"Karen..." Kevin chamou o nome dela. Depois de uma pausa, ele continuou: "Não quero que você faça nada contra a sua vontade. Entende?"

Karen não tinha entendido antes mas, depois de ouvir aquelas palavras, ela entendeu.

Ele achou que ela só queria ir adiante com ele por motivos superficiais, não do fundo do coração.

Eles estavam casados há três meses. Aquele homem estava disposto a manter sua promessa original de esperar por ela até que ela o aceitasse verdadeiramente.

Ela se virou novamente, rolou para o lado dele e fez o braço de Kevin de travesseiro. "Bom, entendo."

Mas ela não estava fazendo nada contra sua vontade. Será que ele tinha entendido isso?

"Então vá dormir." Disse Kevin, baixinho, acariciando o cabelo dela.

Na longa noite, quantos homens e mulheres se abraçam e dormem juntos? Os dois corações batem mais depressa por causa um do outro, mas ainda assim conseguem se manter juntos.

No dia seguinte, quando Karen acordou, Kevin estava sentado perto da janela lendo o jornal.

Ainda estava chovendo, portanto não tinha nenhum raio de sol no céu, o que o fez parecer mais deprimido.

"Você acordou." Como de costume, ele olhou para trás e a cumprimentou agora que ela tinha acordado.

Karen concordou com a cabeça.

De repente, ela se lembrou de como tinha tentado seduzi-lo na noite anterior e seu rosto delicado corou novamente.

Ele se levantou, foi até a cama e agarrou o pé dela.

Karen ficou chocada e instintivamente tentou se esquivar, mas Kevin disse: "Deixa eu ver como está o seu tornozelo."

"Ah," Karen suspirou. Ele só queria saber da torção dela e, mais uma vez, ela estava pensando demais.

Kevin a beliscou levemente. "Ainda está doendo?"

Karen balançou a cabeça. "Não estou mais sentindo dor. Obrigada!"

Kevin a soltou e disse: "Levanta. Eu te espero para tomar o café da manhã".

Ele saiu com Momo e esperou muito tempo por ela, o que ao mesmo tempo era comum e enfadonho, mas também simples e satisfatório.

Depois de tanto tempo, ele finalmente entendeu o que era a sensação de estar em casa.

Finalmente, alguém estava disposto à acompanhá-la dia e noite sem pedir nada em troca, apenas a presença dela.

Observando-o de costas, os lábios de Karen se curvaram ligeiramente e um sorriso doce surgiu em seu rosto.

A mesa do desjejum estava forrada dos mais diversos alimentos nutritivos e deliciosos. Ela estava de bom humor, por isso comeu mais do que de costume.

Kevin largou os hashis rapidamente e olhou para ela em silêncio, como se ela tivesse se transformado na Karen três anos antes, que era ambiciosa, confiante em seu trabalho e muito forte.

Ela era ingênua e destemida mesmo nos piores momentos.

Com o tempo, Karen cultivou sua vitalidade e se tornou irresistível. Ainda assim, as pessoas queriam segurar a sua mão e cuidar bem dela.

E ele estava disposto a ser aquele que cuidaria dela para o resto da vida.

"Estou satisfeita." Ela ergueu os olhos e sorriu para ele com um sorriso tão brilhante que parecia tornar o tempo frio mais quente.

"Ótimo." Ele olhou para ela, hipnotizado. Depois de um longo tempo, ele disse: "Vou ter que viajar à negócios por uns dias."

Ele ia viajar à negócios de novo!

Karen ficou um pouco chateada, mas não demonstrou. Ela ainda sorriu para ele e disse: "Tudo bem. A Momo vai me fazer companhia aqui em casa."

Seus olhos se voltaram para Momo. Ela estava sentada na cadeira e latiu como se respondesse que faria companhia sim.

Karen pegou Momo e acariciou sua cabeça. "Boa menina. Da próxima vez, chame-o de papai em vez do tio Kyle."

Depois, Karen olhou para ele, piscou e perguntou: "A Momo pode chamá-lo de papai?"

"Claro!" Foi a resposta que Kevin deu em seu coração, mas não disse nada, apenas balançou a cabeça suavemente. Como o rosto dele estava calmo, não dava para saber o que ele estava pensando.

Karen não queria que ele fosse embora, então pediu: "Fala alguma coisa".

Aquela Karen era mais enérgica. Kevin não podia enfrentá-la, então disse: "Tudo bem".

"Tudo bem." Karen sorriu com satisfação. Ela largou Momo e foi se arrumar para trabalhar. Quando voltou para a sala, Kevin também apareceu com uma gravata na mão, que pretendia arrumar sozinho, mas Karen olhou para ele de um jeito irresistível.

Kevin percebeu o olhar e se virou para retribuir. "Qual é o problema?"

"Eu..." Olhando para os olhos profundos de Kevin, Karen inconscientemente mordeu os lábios delicados e pensou em falar alguma coisa, mas parou.

Os olhos indicavam que ela queria dizer muitas coisas, mas cerrou os dentes e desistiu.

Kevin ficou pasmo com o olhar dela. Ele achou que ela estava pensando em coisas aleatórias e procurando problemas.

Ele suspirou baixo, tirou a gravata, caminhou até Karen, olhou-a nos olhos com firmeza e disse gentilmente: "Não se preocupe. Eu volto logo."

Karen sorriu ao ouvir isso, mesmo sabendo que Kevin estava errado, mas não disse isso em voz alta, apenas acenou com um leve sorriso, depois estendeu a mão para pegar a gravata que Kevin segurava e gentilmente amarrou para ele.

Eu só queria amarrar sua gravata uma vez.

"No futuro... deixa que eu amarro as suas gravatas para você." Disse ela, baixinho, olhando para baixo.

Antigamente, alguns homens passavam a vida fazendo as sobrancelhas das suas esposas. Deixa que eu amarro suas gravatas pelo resto da vida.

Desde a noite anterior, Karen parecia ter se transformado em outra pessoa.

Ela parou de se preocupar com o passado e finalmente parecia disposta a enfrentar o relacionamento deles. Kevin ficou surpreso com a mudança dela mas, ao mesmo tempo, uma alegria sem fim tomou conta do seu coração.

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