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Casamento arranjado romance Capítulo 3

sem revisão

Joice não conseguia dormir, passou parte da noite rolando de um lado para o outro na cama, pensando em uma solução, Queria correr para o colo do irmão e pedir ajuda. No entanto, Vini provavelmente não poderia fazer muita coisa. Apenas apoiá-la na sua decisão de não levar adiante esse casamento arranjado pelos pais.

Joice escutou sua janela sendo aberta, olhou a hora no celular que estava no criado mudo ao lado da cama, era 3h55. Ele não perdia a gostosa mania de entrar sorrateiramente no seu quarto, através da janela, no meio da noite. Sorriu ao ver Pedro se esgueirar para a cama, deitando ao seu lado e a puxando para si.

- Estava ansioso de mais para esperar até amanhã. O que seus pais falaram sobre o nosso casamento? - perguntou depois de beija-la com paixão e saudade.

Jojo travou, como dizer a ele que seus pais revelaram que a cinco anos ela estava prometida ao filho do patrão dele? Era tudo tão absurdo e inaceitável que no interior ainda existiam casamentos arranjados pelas famílias. Isso era tão século XVIII.

- Eles... - ela começou mas travou.

Escondeu o rosto contra seu peito magro e começou a chorar compulsivamente pela injustiça que estavam sendo vítimas.

- O que foi meu amor? Eles ainda acham que devemos esperar mais um pouco? - ele pergunta a apertando com força.

Joice não respondeu, continuou chorando.

- Vida, estou preocupado. O que aconteceu? - Pedro estava começando a ficar aflito com a falta de resposta da sua namorada.

- Eles não podiam, não podiam. - foi tudo o que ela disse e continuou a chorar, até seu corpo não suportar e então, Jojo adormeceu nos braços do namorado sem nem ao menos explicar-lhe o motivo do seu pranto.

Joice acordou junto com as galinhas, Genevieve tinha o péssimo hábito de subir na calha de cima do seu quarto e cantar Cocoricó. Estendeu o braço para o seu lado da cama e abriu os olhos, estava vazio.

Sorriu tristemente ao pensar no desespero do seu namorado em saber o motivo das suas lágrimas e a sua aflição em deixa-la antes do nascer do dia. Joice Não queria ir para o trabalhar, não estava com cabeça para lhe dar com o senhor Gurjão e muito menos correr o risco de esbarrar com o tio Maciel ou Miguel, este último duvidava que fosse possível. Ele jamais se rebaixaria a ralé, sempre foi assim, nunca se envolvia com os inferiores a si, ainda não compreendia o porquê aceitou esse acordo absurdo entre as famílias.

Se levantou, pegou sua toalha, saiu para o corredor e pra sua sorte, o banheiro estava livre...

Seu estômago roncou pela terceira vez e dessa vez mais alto. Seu Gurjão a olhou pelo canto dos olhos e ela afundou na sua cadeira, envergonhada. Saiu de casa sem tomar o café da manhã, estava fazendo birra para mostrar aos pais o quanto estava chateada com toda a situação que eles a envolveram sem o seu consentimento. Kevin, assistente do veterinário, no caso, de Pedro. Entrou no pequeno escritório e seguiu até ela, entregando-lhe um bilhete.

- Ele sabe que você só olha as mensagens de texto no seu intervalo. - o rapaz explica e se afasta, indo até Gurjão e falando algo para o velho administrador. Seu chefe franze o cenho e assente.

- Tenho que ir até a casa principal, parece que Miguel quer falar comigo. - o homem avisa com certa preocupação.

O homem não suporta o filho do seu patrão.

- Me ajuda a organizar uma papelada... - ele pede a moça.

No estábulo, Pedro está na baia de Thor, o examinando.

- Está tudo certo, o rapaz está em perfeita saúde e pronto para ser selado e montado por seu dono. - ele fala para o capataz da fazenda, Francisco.

- Tá bem. - o matuto fala. - Xavier, leva o Thor pra selar, o patrão quer montar agora pela manhã. - o capataz fala para um rapaz franzino que carregava feno para o celeiro.

Pedro sorriu, o velho capataz não tinha jeito. Avistou Kevin vindo em sua direção, com certeza entregou o recado com sucesso.

- Desculpa a demora, encontrei Nádia no caminho e ela pediu para dar um recado para o senhor Gurjão. - o rapaz explica.

- Não esquenta. Vamos, temos muito trabalho pela frente...

Como uma manhã que tinha tudo pra ser tranquila virou uma zona? Joice se perguntou.

Seu Gurjão ligou pra ela pedindo o pendrive onde havia documentos importantes salvos, Jojo deveria levar a casa principal, ela não encontrou o pendrive e acabou tendo organizar os documentos em papéis. Joice ainda não estava pronta pra enfrentar Miguel, então se agarrou a esperança de que Nádia pudesse entregar as pastas. Teve sorte e a mulher fez como ela pediu mas antes que pudesse colocar os pés pra fora da casa principal, foi abordada por ninguém menos que Salete Foster, mãe de Miguel.

- Sim, seu irmão disse que não tem porquê adiar o inevitável. - Salete responde.

Joice está estagnada, ela não consegue falar. É do seu destino que as duas mulheres estão falando, da sua vida. Antes que as duas pudessem dizer mais alguma coisa saiu correndo sem se importar em ser taxada de maluca, acabou esbarrando em alguém mais isso não foi o suficiente pra fazê-la parar, estava desesperada de mais para se gentil...

Miguel entrou no ateliê, parou na porta e cruzou os braços acima do peito, olhando sério para as duas mulheres paradas olhando de uma para outra, perdidas. Esbarrou com a noiva e ela nem sequer olhou pra ele de tão aflita que estava, talvez nem o tenha reconhecido.

- O que aconteceu? - perguntou frio.

- Não sei, sua irmã ia tirar as medidas dela para os vestidos. - sua mãe responde.

- A senhora falou a ela que já marquei a data do casamento?- ele pergunta olhando fixo no rosto fino da mãe.

Só então a mulher entendeu, Joice até pouco tempo não sabia do seu noivado com o filho.

- Merda. - a mulher xinga para a surpresa dos filhos.

- O que foi? - Meg pergunta sem entender.

-Eu ia falar com ela hoje a noite, a senhora como sempre não pode esperar não é mesmo? - então se volta para a irmã. - Desenhe os vestidos e começa a confecção, até amanhã ela estará vindo tirar as medidas. -ordena.

Miguel da meia volta e sai do ateliê sem esperar pela resposta da mãe.

Joice correu sem olhar para trás, ela era uma covarde por não ter acabado com aquela farsa quando teve a chance, sentiu-se aliviada ao ver a trilha que levava para o rio. Só parou de correr quando estava na segurança da trilha, sua respiração estava acelerada, seu peito queimava e ainda estava sentindo aquela maldita dor de veado. Se viu obrigada a parar e tomar fôlego, suas pernas também estavam acabadas, sua condição física em nada ajudou na sua fuga.

Depois de recuperar um pouco a energia, voltou a seguir pelo caminho que levava ao ponto de encontro com o seu amor. Sentou na grama e esperou, ela contaria toda a verdade a Pedro e que se dane seus pais, bastou uns minutos com as mulheres Foster e ela soube que aquele lugares aquela família jamais seriam a sua...

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