Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 1

Eu morri na noite do meu casamento.

Durante a nossa cerimônia, meu marido me deixou no altar, me tornando alvo de ridículo para todos na cidade.

Quando um homem perigoso me atacou, liguei pedindo para o meu marido me ajudar, mas ele me disse para morrer logo para que minha irmã não fosse mais incomodada por mim.

Antes de falecer, vi a cidade iluminada por fogos de artifício.

Esses fogos deveriam celebrar o nosso casamento, mas eram, na verdade, sua maneira de cortejar outra mulher.

Pensei que, ao falecer, esse acontecimento removeria o último obstáculo em seu caminho, permitindo que ele perseguisse a minha irmã abertamente.

No entanto, um tempo depois, quando meu marido descobriu que meus ossos haviam sido transformados em uma pulseira de contas de oração, a qual tocava dia e noite, ele perdeu a sanidade.

Pouco antes de morrer, quando minha consciência ainda estava escurecendo, fiz uma ligação final.

Do outro lado, um barulho caótico precedeu a voz fria de um homem. “Chloe, você terminou de causar problemas? Eu já te dei um grande casamento. Estou apenas passando um tempo com a Anna. O que mais você quer?”

Sangue jorrou de mim rapidamente enquanto o agressor se aproximava, observando meu estado lamentável.

Ele sabia que eu estava prestes a morrer e não poderia mais representar nenhuma ameaça. Mas eu me agarrei ao mais tênue vislumbre de esperança, não querendo me render ainda.

Meu vestido de noiva branco, agora encharcado no rio, estava enlameado na bainha. Reunindo minhas últimas forças, gritei: “Luke, me salve!”

Luke Bolton me interrompeu com aborrecimento: “Chega. Você não está cansada dessa farsa? Saiba que eu estou!”

“Eu não estou mentindo. Alguém está tentando me matar…”

“Chloe, você já fingiu estar doente antes. O que é essa atuação agora?”, ele zombou. “Você está tão desesperada assim por atenção? Anna é a sua irmã, e você é a Sra. Bolton agora. Você só ficará satisfeita se ela morrer?”

O frio cortante não era nada comparado às suas palavras de desprezo.

Enquanto o sangue se acumulava sob mim, manchando meu vestido de noiva, eu sabia que meu fim estava próximo.

Dando um último suspiro, deitei de costas, me rendendo ao meu destino. Minha voz soou em um sussurro fraco: “Mas Anna está segura e viva, enquanto eu… estou morrendo.”

“Então morra logo. Dessa forma, sua irmã não seria mais incomodada por você.”

Antes que a ligação terminasse, uma voz doce entrou na conversa: “Luke, os fogos de artifício estão prestes a começar.”

A voz do homem desapareceu, deixando apenas o vento uivante em meus ouvidos. O telefone manchado de sangue escorregou dos meus dedos e caiu pesadamente na água.

O respingo enviou gotas para meus olhos, que se transformaram em lágrimas ardentes escorrendo pelo meu rosto.

Em meio à neve rodopiante, pequenas luzes começaram a aparecer no céu escuro, como se fossem um rio de estrelas criado por drones cintilantes.

As explosões ensurdecedoras encheram o ar, e minha visão foi dominada por sua exibição deslumbrante.

Os fogos elaborados, que Luke passou seis meses preparando para celebrar o nosso casamento, acabaram sendo um show para impressionar outra mulher.

Alguém me enviou uma foto do meu marido segurando outra mulher de perto em meio aos fogos de artifício radiantes.

Seus lábios, geralmente tão distantes, se curvaram em um sorriso sutil.

Em meio à alegria deles, meus olhos se fecharam pela última vez.

Dizem que, após a morte, pode-se experimentar a reencarnação.

Se realmente houvesse outra vida, eu esperava nunca mais cruzar o caminho de Luke.

Mas o destino tinha um plano diferente.

Quando recuperei a consciência, me vi sob um céu brilhante e estrelado, observando um casal abraçado.

Eram meu marido, Luke, e minha irmã, Anna Sander.

“Luke, Anna, vocês não podem fazer isso!”

Tentei alcançá-los, mas minhas mãos atravessaram seus corpos. Olhando para baixo, vi minha forma quase transparente.

Ninguém ao redor pareceu me notar.

Ocorreu-me que eu estava morta e meu espírito havia acabado perto deles.

Observando-os se beijar tão apaixonadamente, senti a pontada aguda da morte.

Eu tinha sido sua namorada de infância e, não muito tempo atrás, Luke havia me prometido que seus sentimentos por Anna eram puramente fraternos e que ele amava apenas a mim.

Outro fogo de artifício riscou o céu e meu marido acordou de repente, empurrando a minha irmã para longe com uma força repentina.

“Não podemos fazer isso.”

O rosto de Anna ainda estava vermelho, e a luz dos fogos a fazia parecer ainda mais cativante. Ela mordeu o lábio e disse: “Luke, eu não queria que isso acontecesse. Eu só… não consegui me controlar.”

O homem acariciou sua cabeça gentilmente. “Está tudo bem, não estou bravo com você. Vou fazer uma ligação.”

Eu o observei pegar o telefone e discar o meu número.

Um arrepio tomou conta de mim.

Após mais de vinte anos de devoção, tudo isso não significou nada no final.

Bip! Bip! Bip!