Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 108

Era estranho. Eu tinha passado apenas um único dia com ele, então por que estava tão agitado?

Talvez tenha bebido demais, pensei, mas não me demorei nisso.

Com delicadeza, dei um leve tapinha nas costas dele e disse: “Sr. Bolton, sobre o que aconteceu mais cedo...”

O homem em cima de mim se apoiou com o braço, olhando-me fixamente. Seus olhos permaneceram sobre mim por um momento, finalmente se fixando na minha testa. A tristeza em seu olhar desapareceu em um instante.

Em poucos segundos, sua expressão voltou ao habitual, fria, tingida de decepção e uma sutil sensação de perda.

“Desculpe”, disse, com a voz distante e indiferente, enquanto se afastava de mim.

Ele se deixou cair no chão, as pernas longas esticadas à sua frente. Sua postura distante da força e da autoridade que costumava demonstrar. Em vez disso, havia uma sensação inabalável de melancolia nele.

Na minha memória, Carter sempre foi como um guerreiro, estoico, sereno e fria e desafiadoramente resistente, mesmo sendo deficiente. Ele nunca havia mostrado tanta vulnerabilidade, ou sequer uma sugestão de fraqueza.

Ele parecia não se importar com o que os outros pensavam dele, simplesmente ficou lá, encarando em branco à frente, como se não tivesse intenção de se levantar ou fazer mais nada.

A atmosfera estava pesada, até mesmo sinistra, e eu não sabia o que dizer.

“Bem...”

“Você...”

Falamos ao mesmo tempo. Eu rapidamente fiquei em silêncio e esperei continuar.

Após uma breve pausa, ele finalmente falou. “Você a viu?”

Inclinei a cabeça, tentando entender quem ele queria dizer com 'ela'.

Carter pegou uma garrafa de vinho de forma casual, seus dedos traçando a forma da garrafa. Sua cabeça estava baixa enquanto sua voz saia rouca. “Como você soube do segredo da estátua?”

Afinal, isso era uma grande brecha. Com a mente afiada desse homem, era difícil não ficar desconfiado.

Felizmente, essa questão era tão bizarra que não poderia ser explicada apenas por lógica ou razão.

“Sim”, respondi. “Ontem, quando vi a estátua, senti algo estranho, como se uma força me puxasse. Antes que eu percebesse, vi uma mulher na estátua, vestida com um vestido branco. Ela se parecia muito comigo, exceto que não tinha aquela pinta vermelha na testa.”

Carter apertou a garrafa com mais força, as veias de sua mão se destacando. Seus longos cílios sombreavam seus olhos, escondendo as emoções por baixo. Sua voz estava baixa e medida.

“E então?”

“Não sei o que aconteceu, mas de repente desmaiei. Durante o tempo em que estive inconsciente, ouvi uma voz suave. Ela disse que se chamava Chloe Sander e que precisava da minha ajuda.”

Nesse momento, Carter olhou para cima abruptamente, segurando minha mão não machucada com tanta força que eu estremeci. Seu aperto estava forte, esse corpo, embora mais jovem que o meu, era bem mais delicado.

Sua pele era clara e suave, até a menor pressão deixava uma marca.

Eu suportei a dor, confusa com a reação dele.

A garganta de Carter se moveu enquanto engolia em seco, seu tom urgente. “O que ela te disse?”

Eu não conseguia entender por que ele estava tão envolvido nisso, especialmente porque mal tínhamos compartilhado alguma conexão significativa no passado.

A única explicação que eu conseguia pensar era que ele sentia pena de mim e do meu destino infeliz.

“Ela disse que estava presa dentro da estátua, incapaz de escapar. Ninguém sabia disso, e queria sair”, hesitei e depois acrescentei: “Sr. Bolton, eu lembro que a esposa de Luke se chamava Chloe Sander, certo? A mulher na estátua poderia ser a esposa dele?”

Carter fechou os olhos, claramente lutando para aceitar a possibilidade. “Sim, é ela.”

Não pude deixar de comentar: “Que trágico. Depois da morte dela, alguém a transformou em uma estátua e colocou na entrada da casa dela. Que tipo de pessoa guardaria tanto ódio por ela? A crueldade disso tudo!”

Até agora, eu só suspeitava de Anna, mas não tinha nenhuma prova concreta. Desta vez, além da minha própria morte, eu precisava descobrir as verdadeiras intenções dela.