Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 36

Luke tinha acabado de levantar sua xícara de chá, pronto para tomar um gole, quando ouviu Carter mencionar de repente os eventos do ano do terremoto.

A xícara escorregou de sua mão e caiu no carpete, derramando chá amarelo-amarronzado que lentamente encharcou o tecido.

Meu marido o olhou, incrédulo. “O que você disse?”

Carter encontrou seu olhar chocado e sorriu com uma pitada de zombaria. “O navio daquela mulher tola foi pego por um tsunami. O tsunami varreu o barco deles para o oceano, deixando-a flutuando em um pedaço de madeira por dois dias inteiros. Se não fosse pela passagem do meu navio, ela teria perecido no oceano.”

“Quando meus homens a trouxeram a bordo, ela estava quase morta. Essa mulher ficou sem comida ou água por dois dias e noites, vulnerável ao vento e ao sol. Qualquer pele exposta havia sido queimada em carne viva, e seu corpo estava completamente drenado.”

“Fui eu quem mandou o médico do navio tratá-la. Também me certifiquei de que ela recebesse os cuidados de que precisava. No momento em que o navio atracou, ela correu direto para casa sem um momento de atraso.”

As memórias voltaram.

Eu tinha vivido isso, mas ouvir os acontecimentos da boca de outra pessoa me deixou estranhamente impassível.

Eu conseguia me lembrar vagamente de como o sol havia queimado minha pele, como um pedaço de carne assando em uma grelha quente, abandonada no meio de um vasto oceano vazio.

Sem comida. Sem água.

Os dias eram insuportavelmente quentes e as noites eram congelantes.

O vento uivava e as ondas batiam contra mim, enquanto minha pele queimada pelo sol ardia dolorosamente com a água salgada.

A dor física não era nada comparada ao terror psicológico.

Até as noites no navio brilhavam intensamente, pois eles haviam se acostumado às luzes ofuscantes e à vida noturna da cidade grande.

Mas naquela época, eu não conseguia ver nenhuma luz. O clima estava terrível e nem uma única estrela era visível.

O mar era como um monstro gigante, pronto para me engolir a qualquer momento.

Toda vez que uma onda subia, ela me puxava para baixo, me deixando impotente à deriva na água e agarrada à madeira com todas as minhas forças, incerta sobre a quantidade de água do mar que eu tinha engolido para sobreviver.

As palavras de Carter finalmente lançaram luz sobre tudo isso.

Luke murmurou: “Você está mentindo! Se Chloe realmente passou por tudo isso, por que ela não disse nada?”

Eu falei, mas ninguém acreditou em mim.

Anna simplesmente disse que eu estava de férias.

Minha família me chamou de sem coração, e Luke me chamou de fria e nojenta. Agora, ele estava me culpando por não falar.

Que absurdo!

“É sério?”

Carter pegou seu telefone e projetou algo na tela: vídeos e fotos que eu nunca tinha visto antes.

As câmeras de segurança do navio capturaram o vídeo do meu resgate do mar. As próximas imagens eram minhas, quase morta, deitada na cama, irreconhecível.

Eu não tinha ideia do quanto eu estava horrível naquela época.

Carter falou lentamente: “Achamos que ela não sobreviveria, então tiramos essas fotos. Afinal, nos conhecíamos de vista; pensei que seria uma lembrança. Nunca imaginei que seria útil em tal situação. Chloe pode sentir remorso se entender que sacrificou tudo por você, apenas para enfrentar uma interpretação errada. Acho que ela se arrependeria de ter te amado, porque Luke, você não merece o amor dela!”

Suas palavras foram duras, como se ele estivesse falando por mim, expressando tudo o que eu queria dizer.

Luke tropeçou e caiu na cadeira, olhando repetidamente para a minha imagem pálida e exausta.

Não consegui adivinhar o que se passava em sua mente.

Após um longo silêncio, ele falou novamente: “Tio Carter, você escondeu a Chloe? Se escondeu, por favor, diga a ela para voltar. Eu perdoarei todos os erros dela.”

O rapaz o encarou com um olhar profundo e firme. “Bem que eu queria tê-la escondido.”

“O que você quer dizer?”

“Sinceramente, eu não sei onde a Chloe está.”

Cabrum!

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