Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 381

O olhar da velha mulher permaneceu no Pingente de Estabilização da Alma, seu rosto indecifrável.

Sem hesitar, eu me ajoelhei. "Por favor, senhora, se você souber de algo, me conte. Isso poderia significar tudo para alguém que me importa."

Seus olhos se voltaram para mim, calmos mas penetrantes. "O homem que veio com você antes, ele não está com você desta vez?"

Zoey rapidamente se ajoelhou ao meu lado, suas mãos gesticulando em sinal de tranquilidade. "Não, ele não está aqui! Não se preocupe, ele está longe. Olha, se isso ajudar, eu também vou me curvar. Apenas diga à minha irmã o que ela precisa saber."

"Os dois, levantem-se", disse a velha mulher, com um tom firme mas não cruel.

Zoey e eu obedecemos, nos acomodando de pernas cruzadas no chão como ela.

"Depois que vocês saíram da última vez", a velha mulher começou, "aquele homem voltou para me ver."

Um arrepio agudo percorreu meu corpo. Claro que Carter tomaria as coisas em suas próprias mãos. A mera menção dele, e ele já a tinha encontrado.

"O que ele disse?" perguntei, tentando manter minha voz firme.

Ela passou os dedos sobre a superfície lisa da ocarina. "Ele me deu dinheiro. Disse para eu sair deste lugar."

Meus punhos se fecharam. "Ele tem medo de que você me conte a verdade. Mas como você ficou, ele não vai deixar isso para lá."

A natureza de Carter era muito clara para mim. Sua bondade era uma máscara que ele usava apenas para mim.

Se isso fosse importante o suficiente para ele, ele não mediria esforços para conseguir o que queria.

"Eu saí", disse a velha mulher, com voz calma, "mas eu sabia que vocês viriam."

Suas palavras atingiram como um trovão. Zoey e eu trocamos olhares atônitos.

"Você sabia que viríamos?" Zoey perguntou, a incredulidade evidente em sua voz. "Como você poderia saber disso? Não faz sentido!"

O sorriso da mulher se aprofundou, seus olhos se suavizando. As rugas nos cantos deles de alguma forma a faziam parecer mais gentil, como se nos conhecesse há anos.

Era estranho. Embora eu nunca a tivesse visto antes, algo nela parecia familiar, como o eco de uma memória que eu não conseguia colocar.

"O que você quer me perguntar?" ela disse, ignorando completamente a pergunta de Zoey.

Eu inspirei profundamente. "Da última vez que conversamos, eu disse que achava que entendia o que era isso. Mas agora, não tenho tanta certeza. Talvez eu estivesse errada. Talvez alguém tenha mentido para mim. Você sabe o que é isso. Por favor, me diga a verdade. O que é essa pedra? O que ela faz? Existe uma segunda? E o que você quis dizer com as coisas que disse antes?"

Ela colocou a ocarina com cuidado e alcançou minha pedra. Suas mãos, desgastadas pela idade, se moveram lentamente enquanto seus dedos percorriam a superfície repetidamente, como se cada passagem revelasse algo que apenas ela poderia ver.

"Isto", ela disse finalmente, "é a Pedra da Dualidade. Você estava certa - há outra peça. A preta representa energia negativa, enquanto a que está em sua mão representa energia positiva."

Os olhos de Zoey se arregalaram. "Chloe, como diabos você descobriu isso?"

Eu não respondi. Meu foco permaneceu na velha mulher. "O que isso faz?"

Ela olhou diretamente para mim, seu olhar firme e intenso. "Isso muda o destino."

Sua voz não vacilou enquanto continuava. "Quem possuir a Pedra da Dualidade pode reverter o próprio destino. Se você viver uma vida de riqueza e facilidade, outro compartilhará de suas bênçãos. Mas se sua vida for interrompida, o destino deles espelhará o seu. Ninguém escapa ileso."

Eu suspeitava de algo assim, mas ouvir isso tão claramente parecia um golpe.

Zoey, nunca uma a aceitar algo sem lutar, se inclinou para frente. "Mas como ele poderia saber que você ia morrer? Isso não faz sentido!"

A expressão da velha mulher não mudou. "A vida e a morte já estão escritas. Ninguém ganha algo sem dar algo em troca."

Suas palavras pairavam no ar, pesadas e finais. Sua presença parecia maior agora, como se estivesse um passo à frente de nós em um jogo que não entendíamos completamente. Eu segurei sua mão, incapaz de esconder minha desesperança. "Por favor, me conte mais. Como funciona? O que precisa acontecer para ter efeito? É tarde demais para mudar alguma coisa agora?"

Sua voz permaneceu firme. "Você tem certeza de que quer mudar? Se fizer isso, há uma chance de que você morra novamente. Ele trouxe a Pedra da Dualidade para tomar seu lugar - para trocar sua vida pela dele."

O temperamento de Zoey se inflamou. "Por que Chloe tem que morrer? Os que merecem são aqueles monstros, não ela! Senhora, você deve saber um jeito de salvá-la. Ela não merece isso. Pegue minha vida em vez disso. Eu não tenho ninguém dependendo de mim de qualquer maneira. Eu vou..."

"Zoey!" Eu a repreendi. "Não diga coisas assim!"

Mas eu vi - cada detalhe do passado que compartilhamos.

Não há amor sem motivo. Os laços não se formam por acaso; eles são forjados ao longo de várias vidas.

Ele me devia uma dívida tão profunda que escolheu pagá-la com a única coisa que podia dar - sua vida.

A voz de Zoey rompeu meus pensamentos. "O que você viu? Eu não vi nada!"

Lágrimas escorreram dos meus olhos, sem controle, caindo no chão. Eu caí de joelhos, agarrando a manga da velha. "Você sabe quem eu sou. Você conhece meu passado. Por favor, me diga o que preciso fazer."

Seu olhar não vacilou. "A Pedra da Dualidade funciona ao longo de 81 dias. Por quanto tempo você a manteve por perto?"

Eu hesitei, contando. "Tem sido um pouco mais de dois meses. Talvez sete dias restem."

"Então destrua-a", ela disse. "Isso vai cortar o vínculo. Mas entenda isso - sem ele para tomar seu lugar, você pode morrer novamente. Essa vida que você vive não é sua; ele a deu a você. Você estava destinada a morrer. Não importa o que aconteça, esse destino não mudou."

O rosto de Zoey ficou vermelho de raiva. "E as pessoas que mataram Chloe? Elas simplesmente vão viver como se nada tivesse acontecido?"

A mulher balançou a cabeça. "Ninguém escapa de seu destino. A justiça chega, mesmo que seja lenta."

A frustração de Zoey transbordou. "Eu não entendo! E eu? Eu também estava morta. Como ainda estou aqui? Vou morrer de novo?"

O olhar da mulher se fixou em Zoey, firme e inflexível. "Este é o destino dela. E é o seu também."

Suas palavras foram tão definitivas quanto o golpe de um martelo.

Foi então que me atingiu, como água gelada derramada sobre minha alma. Ambas estávamos vivendo com tempo emprestado.

Mesmo que roubássemos momentos, a vida não era nossa para manter.

A voz de Zoey falhou, mal acima de um sussurro. "Quanto tempo me resta?"