Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 424

Eu nunca esperei que ela respondesse à minha pergunta, mas, após um breve silêncio, Amber falou calmamente: “Acredite ou não, sua morte não teve nada a ver comigo.”

“Então quem foi?”

“Chloe, quanto mais você sabe, mais rápido você morre. Por que cavar coisas que já estão no passado?”

Minha mente correu.

Se Amber não estava mentindo, então, desta vez, sua tentativa de me matar deve ter sido para proteger Carter e impedir a troca de vida.

“Então, foi alguém dos Carlyns?”

Ela não respondeu. Geralmente o silêncio é uma admissão.

Anos atrás, os Sanders deixaram os Carlyns com ódio profundo, um rancor tão intenso que eles os odiavam com cada fibra de seu ser.

É por isso que levaram Whitney quando ela tinha apenas cinco anos, plantando a semente da vingança que cresceu nessa bagunça.

Wisteria, seu pai e outros membros dos Carlyns tiveram um papel fundamental nisso.

Estava ficando tarde, então decidi não pressionar mais. Afinal, eu não era alguém com quem Amber se importasse, e não éramos exatamente próximas.

Para ela, eu era uma pedra em seu sapato, então não havia como a mesma abrir seu coração para mim.

Ainda assim, essa mulher me fez sofrer naquela ilha, vivendo com medo e tormento. Era justo que eu retaliasse.

“Amber, certifique-se de acordar cedo amanhã.”

Ela estava confusa.

Como provavelmente não queria me incomodar, ficou em silêncio.

Continuei: “No café da manhã, eu gostaria de ravióli e leite de soja. Não do tipo feito por uma máquina, mas moído na hora com uma pedra de moinho.”

Sua voz saiu por entre os dentes cerrados. “Você não gostaria de comer m*rda em vez disso?”

“Amber, que grosseria! Onde está sua dignidade de anciã? Talvez eu devesse puni-la fazendo você preparar bolinhos recheados também.”

“Chloe!”

“Sua comida é incrível. Só comi uma vez, mas tenho sonhado com ela desde então. E após perder tanto sangue hoje, você não acha que eu mereço uma refeição adequada para me recompor? Você é tão gentil e atenciosa, provavelmente vai começar a moer feijão às três da manhã para mim, não é?”

“Que horas são agora?”

Eu sorri maliciosamente. “Uma e meia.”

“Chloe, se você quiser morrer, eu posso te ajudar com isso!”

“Ouvi dizer que pessoas mais velhas têm sono leve. Tenho certeza de que você conseguirá atender ao meu pedido.”

Amber cerrou os dentes. “Tudo bem!”

Eu praticamente podia vê-la imaginando uma centena de maneiras de me matar.

Mas a verdade era que ela achava que Carter e eu estávamos presos por uma maldição de troca de vida, e que o destino não se limitava apenas à vida e à morte.

Em essência, quanto pior minha vida ficasse, piores as coisas se tornariam para Carter. Por outro lado, quanto melhor eu vivesse, melhor seria para ele.

Estava tudo interligado.

Amber não podia me aprisionar. Ela tinha que cuidar de mim, me mimar e garantir que eu vivesse uma vida de luxo.

Se eu prosperasse em riqueza e conforto, Carter viveria livre de preocupações. Se eu sofresse ou morresse cedo, a vida dele estaria por um fio.

Seu amor pelo sobrinho a forçou a cuidar de mim também.

Carter e eu estávamos presos nisso, juntos.

Amber se virou, de costas para mim, mas eu sorri. “Amber, não consigo dormir.”

“Não é problema meu.”

“Conte-me uma história.”

“Não sou insone, só não preciso dormir muito. E agora você espera que eu acorde as três para moer grãos para você? Você não tem o direito de me dar ordens.”

“Mas eu quero ouvir uma história. Amber, você não vai me contar uma?”

Eu me perguntei se essa mulher alguma vez se arrependeu de tudo.

Depois que eu a mantive acordada metade da noite, ela teve que sentar na minha cama e me contar histórias.

O que Amber disse não importava, o que importava era que quanto mais brava ela ficava, mais feliz eu ficava.

Em algum lugar ao longo do caminho, eu adormeci.

Quando acordei na manhã seguinte, a primeira coisa que vi foi um rosto familiar.

Banhado pela luz do sol, Carter se recostou na beirada da cama, cochilando. Seu cabelo escuro brilhava com um tom dourado, e suas belas feições eram acentuadas pela luz suave.

Whitney sentou-se ao lado de Taylor. Yael, sempre obediente, estava curvado por causa de suas costas machucadas.

Amber entregou a Carter um bolinho recheado com uma expressão quase amorosa. “É o seu sabor favorito.”

A cena era absurda.

Um grupo de pessoas com ressentimentos tão profundos e histórias emaranhadas, todas sentadas na mesma mesa, fingindo ser algo normal.

A expressão de Taylor era particularmente sombria, como se ele tivesse adivinhado algo. Seu sorriso habitual havia sumido, sendo substituído por um silêncio taciturno.

Ainda assim, ele continuou sua rotina de oferecer comida para Whitney, mesmo que ela nunca aceitasse.

Era como um impasse entre inimigos jurados: um oferecendo persistentemente, o outro recusando firmemente.

O rosto de Yael se iluminou no momento em que me viu, como um cachorrinho ansioso por atenção. “Chloe, sente aqui!”

Ele deu um tapinha no assento ao lado dele, mas Carter lançou-lhe um olhar frio.

Eu sorri. “Obrigada. Mas, hoje vou me sentar com Carter.”

O rosto de Yael caiu. “Oh.”

Ele ficou desapontado por eu não ter me sentado ao lado dele.

A variedade do café da manhã era impressionante. Junto com os bolinhos, leite de soja e ravióli que eu havia pedido, havia sanduíches, cereais e uma variedade de outros pratos.

Peguei um ravióli e coloquei no prato de Yael. “Sua mãe fez isso sozinha.”

Sua decepção desapareceu instantaneamente e seus olhos se iluminaram como luzes de sensor de movimento: brilhantes e responsivos.

Carter notou a mudança no comportamento de Yael, mas não disse nada. Ele sabia que nossa dinâmica não era romântica e parecia mais como a de irmãos.

Amber pareceu notar a mudança de humor do meu marido e serviu-lhe uma xícara de leite de soja.

“Isto foi moído na hora. Experimente”, ela disse suavemente.

Tossi levemente, chamando a sua atenção.

Todos na mesa se viraram para olhar para nós.

Amber cerrou os dentes, mas também me serviu uma xícara. “Aqui, tome um pouco também.”

Dei a ela um sorriso doce. “Obrigada, Amber.”