Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 506

As lembranças de como Sergio me tratava já haviam desaparecido há muito tempo, mas olhando para ele agora, parecia que era ele quem precisava ser salvo.

Responder a ele não era a parte difícil, eu simplesmente não podia me dar ao luxo de provocá-lo. A opção mais segura era seguir suas emoções. “Muitas coisas estão embaçadas em minha mente. Seja você ou Carter, ambos são apenas nomes para mim agora. Para mim, você é simplesmente meu psiquiatra.”

Com cuidado, tirei minha mão da dele e a coloquei sobre minha barriga inchada. “Neste momento, tudo o que me importa é trazer meus filhos a este mundo em segurança.”

Ele parecia satisfeito com minha resposta, talvez porque isso significasse que ele e Carter estavam em pé de igualdade.

“Eu entendo, Coco. Não vou machucar você. Só quero uma chance justa”, disse ele.

Sergio se levantou lentamente, acendeu a lâmpada de cabeceira e me olhou fixamente. “Fui eu quem conheceu você primeiro.”

A curiosidade me despertou. Havia algo que eu provavelmente não sabia antes de perder minha memória.

Ajustei minha posição, deixando-o puxar o cobertor sobre mim.

Em momentos como aquele, sua presença era estranhamente reconfortante. Pelo menos em comparação com o casal do andar de baixo, ele parecia mais confiável.

Ele trancou a porta, puxou um cobertor e, sem esforço, montou uma cama no chão, exatamente como havia feito antes.

Sergio era atraente e elegante, o tipo de homem que poderia ter qualquer mulher que quisesse. Então, por que chegou ao extremo de sequestrar uma mulher grávida e casada como eu?

Alguns poderiam chamá-lo de desequilibrado, mas ele sempre cuidou bem de mim e nunca fez nada questionável.

Foi só quando ele adormeceu e apagou as luzes que eu finalmente disse: “Vamos falar sobre o passado, diga-me por que você gosta de mim.”

“Tudo bem.” Sua voz era suave, com o calor de um apresentador de rádio que conta uma história tarde da noite.

“No início, você era apenas mais um paciente para mim. Na primeira vez em que nos encontramos, você entrou vestindo um terno sob medida, saltos altos e carregando uma pasta. Você não parecia alguém que buscava terapia, parecia mais que estava ali para negociar.”

Suas palavras pintaram um quadro vívido em minha mente.

“Já conheci muitos pacientes, mas nenhum como você. Você estava composta, articulada e seus olhos estavam claros, não havia nenhum sinal óbvio de depressão.”

“Sério?”, murmurei, tentando lembrar o que eu estava pensando naquele dia.

“Mas depois de fazer alguns testes, percebi que você estava longe de ser normal. Você não só estava lutando contra uma doença, mas também tinha transtorno bipolar.”

“Você estava presa em um vazio sem fim, incapaz de ver sequer um raio de luz. No entanto, apesar de toda essa dor, você nunca guardou rancor. Você nunca culpou aqueles que o feriram. Você lutou contra isso, coberto de feridas, e ainda encontrou forças para levar calor às crianças do orfanato.”

“Eu estava intrigada. No início, observei você apenas por curiosidade.”

“Cresci testemunhando os aspectos mais sombrios das pessoas, acreditando que a bondade genuína não existia. A maioria das pessoas com depressão se afasta do mundo, luta contra a instabilidade emocional e, às vezes, ataca ou recorre à automutilação.”