Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 537

Quando finalmente entendi que Eleanor havia orquestrado tudo, as peças se encaixaram. Ao lembrar do tempo que passamos juntos, ficou claro.

Ela sempre me incentivou a aprender a fazer os pratos que Carter tanto amava, até me disse que, depois que partisse, se ele quisesse aqueles pratos, eu seria a pessoa que deveria cozinhá-los.

Agora, tudo fazia sentido, me preparava o tempo todo para continuar seu legado na cozinha. Mesmo que Carter já não tivesse mais sua mãe por perto, seu espírito, sua presença, permaneceriam nas refeições que ela me ensinou a preparar.

Toda mãe ama seu filho.

Eleanor estava longe de ser perfeita, mas desde o começo até o fim, deu todo o seu amor ao filho.

Mesmo na morte, seus pensamentos continuavam com ele.

Se não tivesse falecido, sempre teria estado entre nós.

A morte de Jeffrey também lhe causou um grande impacto.

Embora nunca tivesse amado ela, ele fazia parte de sua vida. E com sua morte, toda a esperança que ela ainda nutria se desfez.

Carter a segurava, as lágrimas encharcando sua camisa, escorrendo pelo pescoço dela.

Eu permaneci em silêncio, apenas ao seu lado, oferecendo minha presença sem palavras.

De longe, apareceu Amber, segurando um guarda-chuva acima de si. “Carter, por favor, não fique triste. Esse era o desejo da sua mãe, viveu a vida dela por você. Desde que você e Chloe sejam felizes, ela não tem arrependimentos.”

“Ela nunca te disse o que queria que fizéssemos com os restos dela?”

A voz de Amber falhou, e seus olhos estavam inchados de tanto chorar. “No começo, queria ser enterrada ao lado do seu pai, para poder assombrá-lo para sempre. Mas depois, mudou de ideia, queria que suas cinzas fossem espalhadas no oceano. Presa na vida, esperava ser livre na morte, flutuando com o vento, para onde a levasse.”

As palavras dela pairaram no ar, pesadas de tristeza. O mundo ao nosso redor parecia sem cor, como se uma nuvem de tempestade tivesse se instalado sobre tudo.

Nosso casamento se transformara em um funeral.

Luke e Eleanor, ambos perdidos nessa tempestade.

A chuva caía incessante, acrescentando mais peso a essa tragédia esmagadora.

Naquela noite, adoecei com uma febre alta e cai em um sono agitado.

Em meus sonhos, pessoas vinham me dar adeus, vovó, Ethan, Jake, Jeffrey e Eleanor. Suas vozes eram suaves, se sobrepondo enquanto as cenas ao meu redor mudavam sem aviso.

Os sonhos continuaram.

Wisteria apareceu, vestindo o mesmo vestido branco do dia em que nos conhecemos. Ela havia imitado o sorriso de Snowflake, chamando: “Chloe.”

Naquele tempo, eu a via como uma irmã e teria a cumprimentado com alegria.

Mas neste sonho, permaneceu em silêncio. Seu rosto estava pálido, seus olhos fixos nos meus, sem piscar, cheios de algo que eu não conseguia entender.

Nas sombras, vi uma figura alta. Seu rosto estava escondido, mas eu o reconheci imediatamente.

Era Silas, estava esperando por ela.

Wisteria me lançou um último olhar demorado antes de virar e caminhar em direção ao homem. Os dois seguiram juntos, de mãos dadas.

Eu me senti presa em um pesadelo, incapaz de escapar. Não importava o quanto tentasse, eu não conseguia acordar. Meus olhos não se abriam.

Graças a Deus, eles estavam bem.

Eu quase me perdi quando Wisteria mencionou que eles haviam se tornado espécimes.

Segurando os dois bebês nos braços, sussurrei repetidamente: “Estou tão feliz que vocês estão bem.”

Os bebês balbuciavam felizes, sem saber o que acabara de acontecer, dizendo coisas que não faziam muito sentido.

“A propósito, onde está o Carter?”, perguntei, minha voz ainda trêmula.

“Ele está se despedindo de sua mãe pela última vez”, respondeu Zoey suavemente.

Eu queria me levantar e estar com Carter. Esse era o momento mais difícil para ele, mas meu corpo ainda estava fraco. Não era só a febre, também tinha uma concussão leve.

Embora eu tivesse sobrevivido àquele tormento, meu corpo ainda estava destroçado.

Zoey me envolveu em um abraço reconfortante. “Chloe, parabéns. Você superou.”

Por um momento, fiquei parada, perdida em meus pensamentos. Olhei para ela, minha voz mal acima de um sussurro. “Já acabou mesmo?”

“Sim, acabou. Não haverá mais problemas. Agora você está segura, em paz”, Zoey me assegurou.

Ainda assim, apesar de suas palavras confortantes, meu coração não se sentia em paz.

Tantas vidas se foram silenciosamente. Por quê?