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Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 564

Depois de falhar na tentativa de fuga, Anna perdeu o pouco de liberdade que ainda tinha. Taylor a levou de volta à propriedade dos Whites, em Jaford, mantendo-a bem longe de Snowville.

Sem seus documentos e passaporte, ela jamais conseguiria voltar.

A matriarca da casa acreditava que ela era mesmo Alice e a desprezava por ser filha ilegítima de seu esposo. A cada poucos dias, surgia um novo confronto.

Taylor ficou de mãos atadas. No fim, comprou uma casa afastada da propriedade e se mudou com Anna.

Seguranças foram posicionados ao redor de toda a casa, não apenas para protegê-la, mas também para garantir que ela não escapasse.

Anna desconfiava de que Wisteria já havia começado a executar seu plano. Mas o que ela pretendia, assumindo sua identidade?

A angústia constante só fazia seu estado de saúde piorar.

Anna estava definhando aos poucos, como uma flor frágil cujo tempo de florada chegava ao fim antes da hora.

Taylor percebia isso, e seu desespero só crescia. Ele tentou de tudo, mas nada impedia seu corpo de falhar.

“Anna, vou encontrar um jeito de te salvar. Prometo.”

Ela segurou sua mão. Naquele ponto, já fazia tempo que ela não se importava mais em sobreviver.

“Taylor, eu sei que os Sanders te devem muito. Pode usar a minha vida como pagamento à família Carlyn. Só... por favor, não machuca a minha família.”

A expressão dele se fechou.

“Anna, você realmente acha que eu enfrentaria tudo isso só pra te manter viva… e depois tirar sua vida? Quanto aos Sanders, não é tão simples. Mesmo que eu não queira fazer mal a eles, o resto dos Carlyn não vai parar até acertar as contas.”

“Mas...”

Taylor a envolveu em um abraço apertado.

“Não vou deixar nada acontecer com você.”

Os anos passaram, e quando Anna se deu conta, já estava com mais de vinte.

Agora, ela dependia inteiramente dos medicamentos para seguir viva. Todas as noites, se perguntava se despertaria na manhã seguinte, ou se aquela teria sido a última vez que veria a luz do dia.

Na maioria dos dias, estava fraca demais até para se levantar da cama. Taylor cuidava de tudo, sempre ao lado dela.

Anna era profundamente grata. Mesmo tão jovem, sentia como se já tivesse vivido tempo demais.

Um dia, Taylor a levou para fora em uma cadeira de rodas, para tomar um pouco de sol. Ela segurou sua mão, com a respiração fraca e irregular.

“Eu estou morrendo?”

“Não fale isso. Não vou deixar nada te acontecer.”

Anna sorriu, com doçura. Levantou a mão com esforço e tocou o rosto dele.

“Taylor, sei que você é uma boa pessoa. Você fez o possível pra consertar tudo o que aconteceu. Mas meu tempo tá chegando ao fim. Quando eu me for, me enterra junto dos Sanders, por favor. Já que não pude ficar com eles em vida… que pelo menos na morte eu possa voltar pra casa.”

“Anna...”

“Taylor, eu não te odeio. Sei que você não teve escolha. Então não perca mais seu tempo comigo.”

Ela olhou para o jardim à frente, repleto de flores desabrochadas.

“Que dia é hoje?”

“Quase Natal.”

“Entendi. Deve estar nevando em Snowville... Sinto tanta falta de casa. Queria ver a neve pela última vez. Taylor, será que a gente pode voltar?”

“Podemos.”

Ele levou a frágil Anna de volta a Snowville. Ao descerem do avião, o vento gelado cortava como navalhas contra a pele.

Embora aquela cidade já não fosse mais familiar, saber que era sua terra natal trouxe a ela uma paz silenciosa.

De repente, um noticiário surgiu numa tela de LED gigante: um casamento arranjado entre os Sanders e os Boltons. A imagem de Chloe e Luke apareceu por um segundo, antes de sumir.

Anna, que até então estava quieta, ficou paralisada. Os dedos encostaram no vidro gelado da janela. E então, ela entrou em pânico.

“É a Chloe! A Chloe vai se casar!”

Lágrimas escorreram enquanto ela agarrava a mão de Taylor.

“Eu não sei. De repente, me deu uma tristeza tão grande...” Ela levou a mão ao peito. “Taylor, meu coração dói.”

Ele a puxou para um abraço. A voz dele era suave, mas havia algo sombrio por trás.

“Não se preocupe. Logo, não vai doer mais.”

O jeito como ele disse aquilo a deixou inquieta. Ela abriu a boca para perguntar o que ele queria dizer, mas, antes que conseguisse, seu corpo inteiro ficou mole.

A escuridão a envolveu. Antes de apagar por completo, ouviu um sussurro ao pé do ouvido:

“Me desculpa, Anna. Eu não tinha outra escolha.”

Quando acordou, sua mente estava enevoada. Devia ser efeito dos remédios.

Depois de tantos anos tomando medicação, seu corpo havia desenvolvido resistência. Por isso, ela despertou tão rápido.

Não sabia quanto tempo havia passado, nem onde estava.

Foi quando ouviu uma voz feminina animada: “Preparem ela. É hora de trocar o coração dela pelo da irmã.”

O coração... da Chloe?

Uma tontura tomou conta de Anna. Ela tentou erguer a cabeça e olhar na direção da voz.

Por entre a visão turva, viu Wisteria em pé diante de uma mesa cirúrgica.

Uma mesa de operação.

A mente de Anna despertou de imediato. Havia alguém deitado ali.

Um braço pendia, inerte, para fora da mesa. E, naquele instante, ela soube: era a Chloe.

Desde pequena, Chloe tinha uma cicatriz na palma da mão.

O terror se espalhou pelo corpo de Anna. Os remédios haviam enfraquecido seus músculos. Ela mal conseguia se mexer.

Só conseguiu sussurrar, com a voz fraca: “Não... não machuquem ela.”

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