Casamento de Arrependimentos e Revelações romance Capítulo 83

Eu congelei, completamente chocada. Será que Carter realmente conseguia me ver?

Se isso fosse verdade, talvez ainda houvesse esperança. Mas antes que eu pudesse falar, a voz de Luke ecoou do lado de fora.

“Chloe, onde você está?”

Ele soava desesperado, tropeçando como um homem perdido. Seus passos fracos batiam contra as paredes, e o ar gelado que ele trazia fazia as velas vacilarem e a luz enfraquecer.

O vento atravessava o corredor, e a neve entrava junto. Carter piscou, uma expressão cansada e sarcástica cruzando seu rosto.

“Claro. Você também está aqui.”

Eu estava intrigada. Por que Carter estava ali? Quem ele estava esperando?

O barulho lá fora aumentou. Corri para ver o que estava acontecendo. Luke segurava a roupa de um monge, o rosto torcido de raiva. “Por que não há nenhuma mulher aqui? Eu vi Chloe entrar. É você. Está escondendo ela!”

“Sr. Bolton, por favor, acalme-se”, o motorista pediu. Sua voz era gentil, mas firme. “Não há nenhuma mulher aqui. O mestre não mentiu para você.”

“Desculpe, mestre. Ele foi muito abalado ultimamente, está vendo coisas.”

O motorista lançou um olhar ao mestre, que permanecia sentado de pernas cruzadas, o rosto neutro, assim murmurou duas palavras: “Laço fatídico.”

“Laço fatídico? Que absurdo é esse?”, Luke rosnou, os olhos selvagens de frustração. “Eu só quero Chloe de volta!”

Seus olhos estavam vermelhos, suas palavras quase um apelo. “Todos dizem que o Monte Spiritus é sagrado. Dizem que se você orar com sinceridade suficiente, seus desejos serão atendidos. Eu vim para encontrar minha esposa. Ela está aqui! Eu a vi!”

O mestre suspirou baixinho e entregou uma caixa de sorte. “Vejo que seu coração é puro. Os deuses o guiarão. Tire uma profecia.”

O motorista, que nunca acreditou nesse tipo de coisa, estava disposto a tentar qualquer coisa. Luke estava perdendo o controle da realidade, e o motorista esperava que aquele ritual pudesse lhe dar um pouco de paz.

“Sr. Bolton, minha avó sempre disse que as sortes são verdadeiras. Você deveria tentar.”

Ele se ajoelhou diante do altar. Seu rosto ficou mais sério enquanto olhava para as estátuas ao seu redor.

Ele segurou a caixa com as duas mãos, fechou os olhos e a sacudiu gentilmente.

O salão ficou em silêncio, exceto pelo som dos papéis se mexendo dentro da caixa. Então, com um leve estalo, um papel caiu no chão.

O motorista rapidamente se abaixou para pegá-lo. “Sr. Bolton, deve ser este...”, logo parou de falar ao ver o rosto do outro.

Luke arrancou o papel de suas mãos, e eu me inclinei para ler as palavras escritas nele.

A mensagem dizia: “Lua no lago profundo, um reflexo no espelho, uma visão vazia, trazendo notícias de paz.”

Os dedos de Luke apertaram o papel. “Essa... essa sorte...”

O mestre juntou as mãos em oração. “Sr. Bolton, este é o pior presságio. 'A lua reflete no lago profundo, vista no espelho’.”

“Fala da lua na água, das flores no espelho, ambos são ilusões. Se você procura por alguém, é improvável que seu desejo seja atendido.”

A caixa de sorte escorregou das mãos de Luke. Os papéis se espalharam pelo chão em todas as direções.

Ele caiu de joelhos, o rosto uma máscara de desespero, murmurando: “Como isso pode ser? Uma alegria vazia? Como pode ser vazia? É realmente impossível que Chloe volte?”

Uma voz cortante ecoou, rompendo o silêncio. “Luke, este é um lugar sagrado. Você não pode se comportar assim. Não perturbe a paz do Buda.”

Enquanto a voz falava, uma sorte caiu com um baque ao lado da cadeira de rodas dele.

“Damian”, Carter disse suavemente.

Atrás dele, um homem alto com uma cicatriz se abaixou e pegou o bastão caído perto da cadeira de Luke.

Luke, de repente, avançou, o rosto contorcido de loucura. “O que é isso?”

Eu me inclinei mais perto, a curiosidade me dominando.

A sorte dizia: “Um dragão, outrora preso, encontra seu caminho para a água.”

“O dragão amarelo, confinado às profundezas, um dia ascenderia. Ele alçaria voo até o meio do céu. Todos os seus esforços dariam frutos, e sua sorte melhoraria aos poucos.”

Não precisava de muita interpretação. Era óbvio.

Ele era o dragão, preso às profundezas por causa de suas pernas destruídas.

Quando Luke viu a sorte, sua frustração cresceu e avançou contra Carter. “Você é o dragão, e eu sou a flor no espelho. Você está bem onde está. Por que voltar e lutar comigo por isso?”

Se a sorte fosse verdadeira, significava que o homem eventualmente assumiria o controle de tudo o que os Bolton tinham. Nenhuma ajuda de Jeffrey poderia mudar isso.

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