Casamento Primeiro, Amor Depois romance Capítulo 30

Pensando naquela chamada há pouco, o gerente teve suor frio e se apressou em pedir desculpas.

Heitor olhou para os policiais:

- A polícia pode invadir áreas privadas à vontade? Estão procurando um criminoso ou prendendo um suspeito?

Os policiais estavam prestes a explicar.

O gerente avançou e os impediu ansiosamente:

- Senhores, entregar-se é os criminosos ou suspeitos irem à delegacia ativamente para confessar os delitos. O nosso restaurante é um local legítimo, onde não haverá suspeitos. Se não tiverem um mandado de captura nem quiserem comer aqui, mesmo os policiais não têm direito a desempenhar suas funções oficiais no nosso restaurante. Por favor, retirem-se. Fora do restaurante, não nos importamos com qualquer coisa que quiserem fazer.

Os policiais estavam de cara feia.

O gerente acrescentou:

- O nosso restaurante faz parte do Grupo Nunes. Provavelmente vocês já ouviram falar de Lucas Nunes. O nosso jovem dono não é de bom temperamento. Se o irritarem, ninguém se livrará de problemas.

A família Nunes tinha uma posição fundamental na Cidade Gotham.

Mesmo o prefeito era bastante respeitoso com essa família.

Os policiais hesitaram um pouco e olharam para Aurora:

- Desculpe pelo incômodo. A Sra. Aurora, aguardamos você fora do restaurante.

Depois, os dois foram embora suspirando.

Com os olhos brilhantes, Aurora não parou de bajular Heitor:

- Querido, você foi muito legal há pouco! É uma grande sorte me deparar com você!

Alícia puxou os lábios rosados.

Não basta dizer apenas “grande sorte”!

Heitor bufou:

- Precisa de um advogado agora?

- Sim sim, preciso muito. Você tem sabedoria para prever as coisas. Não se preocupe. Garanto que não vou envergonhar você.

Acabando a comida rápido e deixando a tigela, Aurora se despediu do marido e da filha, cheia de confiança:

- Faço delícias para vocês quando eu voltar vitoriosa.

Heitor abaixou a cabeça para tomar vinho e não mais prestou olhar nela.

Depois que Aurora foi embora, só os dois estavam à mesa.

Alícia balançou a cabeça, tal como uma adultinha:

- Sr. Heitor, parabéns. Antes, eu achava complicado você se casar com um cara problemático. Pelo que vi agora, apesar de ser problemática, não deixa de ser engraçada. Pelo menos adicionou muita graça para a nossa vida!

Heitor franziu a testa:

- Você aprendeu rápido essa mentalidade indiferente.

Alícia fechou os lábios rosados e sorriu, sem prestar mais atenção ao papai.

Após uma ponderação, Heitor ligou para o número apresentado na tela.

Na delegacia.

- Aurora Oliveira, por que você prejudicou Heloísa com uma fórmula defeituosa?

- O produto que você desenvolveu causou a deformação, o que constitui um crime. Confesse a verdade com vistas à leniência. Qual é o seu motivo de fazer isso?

As armadilhas chegaram uma após outra.

Aurora fez um sorriso frio, sem responder.

Ela só rebateu calmamente quando o policial ficou com sede e perdeu a paciência:

- Antes de responder, por favor me diga qual é a minha identidade de responder essas perguntas. Suspeita ou criminosa?

Sem esperar um retorno, ela acrescentou:

- Se fosse criminosa, que crime eu cometi? Que prova vocês têm para me prender? Se fosse suspeita, eu teria direito a permanecer em silêncio. De acordo com que lei vocês me condenaram logo no início? A polícia não precisa assumir a responsabilidade pela captura errada?

O policial ficou de cara feia:

- Aurora, não pense que possa inferiorizar a gente contando com a riqueza da família Oliveira.

- Quem respeita os outros será sempre respeitado.

Aurora se encostou na cadeira de forma relaxada:

- Vocês até ousaram fazer captura com base em um vídeo sem verificarem a sua veracidade. Falando de intimidação com o poder, parece que a parte intimidada sou eu, que estou sendo interrogada à força, não é?

O suor frio surgiu na testa do policial.

Ele só estava seguindo a ordem, mas não imaginou que Aurora seria tão difícil.

O policial agiu forte para esconder a fraqueza:

- Não fale sobre outras coisas para distorcer a verdade.

- KKK! - Aurora zombou. - Se quiserem a verdade, é melhor ouvir a evidência que eu tenho.

Ela pegou o celular e mostrou um áudio gravado.

Foi exatamente a conversa que aconteceu quando Alex foi procurá-la à tarde.

O áudio chegou ao fim e Aurora guardou o celular.

- Em comparação com o trecho que não se combina com o movimento de lábios, a minha versão não só é nítida e verdadeira, como também corresponde perfeitamente com o vídeo online.

O policial ficou completamente confuso e um pouco nervoso:

- Como posso eu saber se esse áudio é verdadeiro?

- Basta procurar um perito para fazer uma identificação. Vocês podem prender as pessoas com base só em um áudio, né? Eu chamo polícia agora e denuncio a calúnia de Alex. A prova é o áudio que vocês acabaram de ouvir. Vão prendê-lo.

O policial enxugou o suor frio na testa:

- Isso…é fora da nossa área de atuação. Não podemos decidir.

- Então, chame alguém que possa tomar decisão.

Incapaz de lidar com isso, o policial tinha que chamar o capitão adjunto de plantão.

O capitão adjunto já conheceu o assunto pelo caminho.

Logo que entrou, ele pediu desculpas com o rosto cheio de risada:

- Sra. Aurora, peço mil desculpas. Esse é um estagiário que mal começou a trabalhar na delegacia. Ele não conhece os procedimentos e entendeu errado. Recebemos a chamada e convidamos você para cá apenas com o intuito de perguntar algo, não prender você. Por gentileza, não entenda mal. Agora já temos um claro entendimento do que aconteceu. Pode ir embora por enquanto. Se tiver algum andamento, vamos entrar em contato com você.

Estagiário?

Aurora prestou um olhar nos dois, se levantou e foi embora.

No momento em que chegou ao portão da delegacia, um Porsche travou bruscamente na sua frente.

Noah se apressou em empurrar a porta e descer do carro:

- Aurora, você está bem?

Ele esticou a mão para puxá-la.

Aurora o esquivou e recuou dois passos:

- Você chegou atrasado para assistir à piada. A interrogação já fechou.

Com a preocupação congelada no rosto, Noah ficou triste:

- Você ainda está me culpando?

Ele suspirou:

- Aurora, só estou preocupado com você. Quando soube que você foi levada para cá, eu receava que você tivesse medo e me precipitasse para cá sem comer...

- Então, tenho que ficar grata por você.

Aurora zombou:

- Graças a você, que me enjoou tanto!

Noah ficou de cara feia, mas reprimiu o descontentamento.

- Você sabe quantas vezes eu vim cá? - perguntou Aurora.

Ela fez um sorriso auto-depreciativo sem esperar a resposta dele:

- Já foi a terceira vez! Nas primeiras duas vezes eu ainda era menor. Eu tinha 10 anos quando isso aconteceu pela primeira vez. Ajudei gentilmente uma idosa vendedora de vegetais na rua e disse que ela recebeu uma cédula falsa. Pior do que ter ofendido o golpista, a idosa ainda me culpou por atrapalhar o negócio dela, desbaratou muito e chamou a polícia.

- Aurora...

Aurora continuou dizendo, como se não tivesse ouvido nada:

- Quando saí da delegacia pela primeira vez, eu jurei nunca mais ser simpática facilmente em minha vida!

Ela disparou um olhar frio a ele:

- A segunda vez aconteceu quando eu tinha 15 anos. Na escola, um senhor recusado por mim ficou zangado e me insultou, dizendo que eu era um belo pedaço de mau caminho. Ele foi miseravelmente espancado por mim. Saindo da delegacia, eu fiquei determinada a falar baseado no poder! Além de não ser um belo pedaço de mau caminho, não vou perder para nenhum homem! Quanto a esta vez...

Aurora fez uma pausa, olhou para Noah pálido e zombou:

- Desta vez, vocês me deixaram entender que o amor não é nada nesse círculo! Os laços familiares, a amizade e o primeiro amor são todos para serem traídos e utilizados!

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Casamento Primeiro, Amor Depois