Casamento relâmpago, marido misterioso se revela um bilionário romance Capítulo 54

- Então traga-o aqui para todos verem.

Iara falou diretamente com o membro da equipe.

O funcionário hesitou, olhando para o ancião.

O velho fez um gesto com a mão:

- Vá, eu também quero ver o presente que Viviane me enviou.

Só então o funcionário foi pegar e, rapidamente, retornou segurando um pergaminho.

Ao desenrolar, viu-se que era uma obra de caligrafia de Theo.

Ele não tinha nenhuma notoriedade no campo. Se não fosse por Iara ter arrematado a obra de Theo em um impulso, ela nem mesmo saberia da existência dessa pessoa.

Ao ver a obra agora, ela curvou os lábios em um sorriso irônico e tocou a superfície do papel com desdém:

- Viviane, este é o presente que você está dando? Você acha que essas palavras são dignas da estatura do ancião? Que elas retribuem o amor que ele lhe deu?

As outras pessoas também começaram a murmurar entre si.

- Realmente um desperdício que o velho seja tão indulgente com ela, só para receber uma obra de caligrafia de um nobre desconhecido.

- Não é à toa que Sr. Gustavo não gosta dela. Ela fala bonito, mas suas ações mostram quem ela realmente é.

- Afinal, ela vem de uma família que caiu em desgraça pouco depois de seu nascimento. Ela pode se exibir normalmente, mas quando se trata de gastar dinheiro, ela é muito mesquinha.

...

Ouvindo essas fofocas, Gustavo normalmente se sentiria satisfeito. Mas hoje, ele estava desconfortável, como se fosse espetado por agulhas.

Ele olhou para Viviane.

Viviane simplesmente se levantou calmamente e caminhou até a obra de caligrafia:

- Um presente de mais de um milhão com certeza não será do agrado do meu avô, mas este é todo o meu patrimônio. Além disso, eu sei que meu avô gosta de fontes grandiosas e majestosas, então eu especialmente fui à biblioteca e folheei todas as obras de caligrafia até encontrar a de Theo. Ele pode não ser famoso, mas seu trabalho é do tipo que meu avô gosta. Seria uma pena se ele perdesse essa oportunidade por causa disso.

Iara estava prestes a falar novamente, mas viu o velho, tremendo, caminhar até a obra de caligrafia.

- Theo, realmente é o trabalho dele!

Suas mãos envelhecidas tremiam acima da obra de caligrafia, como se quisessem tocá-la, mas temendo alguma coisa.

Todos ficaram surpresos.

Era a primeira vez que viam o velho agir dessa forma.

Manuel prontamente se adiantou para amparar o ancião:

- Pai, o que aconteceu com você?

David fechou os olhos, acenou com a mão, e só depois de um momento conseguiu se acalmar:

- Há mais de cinquenta anos, no meu aniversário, um velho amigo também me presenteou com uma caligrafia do Theo. - Seus olhos, cansados pelos anos, se encheram de lágrimas, e ele agarrou a mão de Viviane. - Viviane, obrigado.

Dizendo isso, ele olhou profundamente para Viviane, como se quisesse dizer mais alguma coisa.

Viviane sentiu como se o ancião estivesse olhando através dela, para outra pessoa.

- Avô...

- Estou bem. - O ancião tirou um lenço e enxugou as lágrimas. - Viviane, este presente tocou meu coração. Quero recompensá-la adequadamente. O que você gostaria de ter?

Viviane estava prestes a falar, mas foi interrompida por Iara, que parecia um tanto irritada:

- Mas, senhor, esse presente custou pouco mais de um milhão...

O rosto do ancião mudou imediatamente:

- Iara! O valor de um presente não é medido pelo seu preço, mas pela intenção por trás dele. Embora esta caligrafia da Viviane não valha nem o troco do seu cachimbo, aos meus olhos, é o presente mais valioso! Apenas pessoas sem substância mediriam o valor de um presente pelo seu preço!

O rosto de Iara ficou vermelho de constrangimento.

Risos abafados podiam ser ouvidos ao redor.

Irritada, ela se virou para ir embora, mas quase esbarrou em um membro da equipe que entrou às pressas.

- Senhor. - O membro da equipe estava ofegante. - Srta. Viviane preparou outro presente que ainda não foi entregue.

Viviane estava confusa; ela só havia preparado um presente. De onde veio o segundo?

Ele e Ricardo tinham vindo juntos.

Assinando o livro, Ricardo curvou-se e escreveu. Uma jarra azul da antiguidade oriental, e uma tigela azul do mesmo período para lavar pincéis.

O vaso azul à sua frente era exatamente o que ele havia acabado de descrever.

Involuntariamente, ele lançou um olhar em direção ao salão.

"Qual é a intenção do tio com isso? Se fosse para salvar a honra da futura Sra. Barros, ele poderia simplesmente apresentar aquela tigela e dar prestígio a Viviane. Mas ele escolhe uma peça de cerâmica centenas de vezes mais valiosa. Por quê?"

Ele ficou perplexo.

Nos bastidores, Ricardo olhava sorrindo para Viviane na tela.

Vendo-a desconcertada e corada, parecendo uma coelhinha inocente, ele se sentiu muito bem e disse ao mordomo ao lado:

- Você fez um ótimo trabalho.

O mordomo respondeu rapidamente:

- É claro, o Sr. Ricardo tem o jeito. A Srta. Iara claramente veio para causar problemas para a Srta. Viviane. O Sr. Ricardo não só salvou a face de Viviane, como também da família Barros.

Ricardo franziu os lábios.

A honra da família Barros não tinha nada a ver com ele; ele simplesmente não podia suportar que sua pequena coelhinha fosse maltratada, especialmente quando era uma questão de dinheiro. Era um insulto autoimposto.

- Vá e ajude-a. - Ricardo acenou.

Entendendo a insinuação, o mordomo saiu.

Assim que o mordomo partiu, o olhar de Ricardo finalmente pôde se fixar sem restrições nas costas suaves e delicadas da jovem. Ele estreitou ligeiramente os olhos e sentiu um calor subir ao peito.

Nesse momento, o mordomo já havia alcançado Viviane, bloqueando a bela vista.

Ele franziu a testa, irritado, e acendeu um charuto sobre a mesa.

Sob uma névoa de fumaça, seus olhos se tornaram perigosamente profundos.

E seu corpo estava igualmente agitado.