Casamento relâmpago, marido misterioso se revela um bilionário romance Capítulo 64

Débora olhava atônita para Ricardo, que exalava um ar gélido enquanto passava por ela.

Ela já ouviu Sofia reclamar algumas vezes, dizendo que Viviane perdeu a razão ao se casar com um homem comum.

Imaginou que ele seria tanto feio quanto pobre, mas ficou surpresa.

Ele era muito mais atraente do que Gustavo! As unhas compridas de Débora cravavam em sua própria mão, e o brilho vermelho da inveja em seus olhos desaparecia lentamente.

"Pra que ser bonito se é apenas um pobre coitado!"

...

Ricardo carregou Viviane até o carro e a colocou no assento. Viviane o observava discretamente e percebeu que seus lábios finos estavam cerrados, como se estivesse irritado. Cuidadosamente, ela perguntou:

- Estou te causando problemas?

O plano era que ela anunciasse seu casamento com Gustavo depois de subir ao palco. No entanto, quando estava lá, pensando na mansão que Ricardo lhe comprou e nas palavras de Júlio, que Ricardo queria lhe dar um lar, ela deixou tudo de lado. Só queria uma casa. Ricardo parou por um momento e olhou para o tornozelo inchado de Viviane.

- Vou te levar ao hospital.

Viviane abriu os lábios vermelhos:

- Desculpa!

Ricardo ergueu a cabeça e olhou pelo espelho retrovisor para Viviane, que baixava a sua cabeça, parecendo uma estudante que fez algo de errado, e sentiu um súbito ressurgimento de irritação. Ele não sabia como dizer a Viviane que não estava irritado com ela. Ele estava irritado consigo mesmo. Se ele revelasse sua verdadeira identidade, talvez ela não teria torcido o tornozelo e não teria tantos problemas aquela noite. Mas ele não podia.

Uns quinze minutos depois, chegaram a um hospital particular. Embora não fosse muito grande, ainda era parte do Grupo Barros. Ricardo carregou Viviane até a sala de emergência. Assim que apareceram, chamaram a atenção de muitas pessoas. Viviane se aconchegava no abraço firme e forte de Ricardo, com o rosto corado e a voz suave como a de um gato:

- Ricardo, me coloque no chão, eu posso andar...

Dizendo isso, Viviane começou a se debater para sair dos braços dele.

Ricardo segurava a raiva que ameaçava explodir de sua garganta, o tom de sua voz rouco e repleto de advertência:

- Não se mexa!

O corpo dela era suave e perfumado, e o autocontrole que ele tanto prezava estava prestes a desmoronar.

Viviane, assustada, realmente não ousou se mover, envolvendo os braços fortemente em torno do pescoço de Ricardo.

Seu rosto, no entanto, ficou ainda mais ruborizado.

Ao chegarem ao ambulatório e perceberem que estava vazio devido à hora tardia, foram atendidos imediatamente.

O médico examinou Viviane, deu algumas batidinhas em seu tornozelo e fez algumas perguntas antes de voltar para o seu computador:

- Não é nada sério, só precisa de uma pomada.

Ricardo, com uma expressão sombria, questionou:

- Não está sendo descuidado demais?

O médico não ouviu claramente:

- O quê?

- Só um olhar? Não vamos fazer um exame? - Ricardo elevou a voz, incapaz de conter a frustração que vinha acumulando. - E se ela tiver fraturado algo?

O médico engoliu em seco:

- É apenas uma torção, não é tão grave...

- E se for?

- Se você não está seguro, podemos fazer um exame.

- Não, isso não é suficiente! - Ricardo franziu o cenho. - Ela tem que ser internada!

O médico ficou sem palavras.

Viviane também achava que Ricardo estava exagerando. Ela puxou levemente a ponta da roupa dele:

- Não precisa...

- Cale a boca! - Depois de gritar, ele encontrou o olhar inocente e triste de Viviane e, percebendo algo, suas feições se suavizaram instantaneamente. - Será melhor para você se recuperar se estiver no hospital.

Viviane hesitou por um momento antes de encontrar sua voz novamente:

- Mas é muito caro se internar aqui. Os custos começam em dez mil por dia.

- Não se preocupe com isso. - Ricardo olhou para cima, ordenando. - Faça o procedimento de internação agora!

O médico, que nunca havia encontrado um paciente tão disposto a ser internado, estava prestes a dizer algo, mas, intimidado pela aura dominante do homem à sua frente, acabou processando a internação de Viviane.

Quando o departamento de internação chegou para buscá-la, vieram com uma cama. Ao descobrir que Viviane tinha apenas torcido o tornozelo, os olhos da enfermeira quase rolaram para o céu.

Um amplo e belo cenário se desdobrou diante dos olhos.

Embora Viviane parecesse magra, sua figura sob as roupas era excepcional. Onde deveria haver carne, não faltava; onde não deveria, não havia excesso.

O olhar invasivo do homem fez Viviane corar e tentar se cobrir com as mãos, mas seus braços estavam presos.

Parecendo sentir o desconforto de Viviane, Ricardo se inclinou e beijou seu belo colarinho:

- Tão linda.

Mas esse beijo desencadeou algo incontrolável.

Era como se ele tivesse provado um delicioso bolo e não quisesse parar com apenas um pequeno gosto.

Viviane começou a se sentir sobrecarregada, seu olhar se tornando turvo.

Entretanto, uma dor aguda a trouxe de volta à realidade.

- Ah!

A dor intensa na planta do pé a fez soltar um grito agudo.

Ricardo, já quase no limite de seu autocontrole, perguntou apressadamente:

- O que houve?

- Meu pé, dói...

Mesmo à beira da loucura, Ricardo ainda tinha o senso de se levantar:

- Onde dói?

- Torci, parece que dei mau jeito.

Respirando fundo, Ricardo cobriu o tornozelo de Viviane, onde ela havia aplicado uma compressa, com sua grande mão e começou a massageá-lo delicadamente.

Viviane o espiava secretamente.

Gotas de suor escorriam do seu nariz; ele estava completamente focado, sem qualquer sinal de impaciência por ter sido interrompido.

Uma sensação indescritivelmente doce surgiu em seu coração.